A devastação na Amazônia, provocada pelo garimpo, dobrou em apenas dez anos, passando de 99 mil hectares para 196 mil entre 2010 e 2021. Os dados foram divulgados pelo MapBiomas, nesta terça-feira (27).
A área devastada chega a quase 2 mil km² e é maior do que, por exemplo, a cidade de São Paulo, que tem 1,5 mil km². O levantamento também apontou que a mineração industrial passou de 86 mil hectares de área ocupada em 2001 dobrarem para os 170 mil hectares registrados em 2021.
Na Amazônia, as unidades de conservação e territórios indígenas foram mais afetados pela expensão garimpeira, como as terras Kayapó, na qual 11.542 hectares foram tomados pelo garimpo até 2021 e Munduruku, com 4.743 hectares.
Já em demais estados do país, Pará e Mato Grosso foram líderes em perda de floresta. Juntos, Pará e Mato Grosso representam 71,6% das áreas mineradas no país ao somar a mineração industrial e a atividade garimpeira. Quatro dos cinco municípios brasileiros com maior área de garimpo ficam no Pará, sendo esses Itaituba, Jacareacanga, São Félix do Xingu e Ourilândia do Norte.
“A série histórica mostra um crescimento ininterrupto do garimpo e um ritmo mais acentuado que a mineração industrial na última década, além de uma inequívoca tendência de concentração na Amazônia, onde se localizam 91,6% da área garimpada no Brasil em 2021”, explica Cesar Diniz, coordenador técnico do mapeamento.