A primeira-ministra britânica Liz Truss defende cortes de impostos não custeados, apesar da situação econômica do país. Nesta quinta-feira (29), Truss afirmou que o Reino Unido está enfrentando “tempos econômicos muito, muito difíceis”.
Além disso, a premiê afirmou estar disposta a tomar “decisões difíceis” para fazer a economia crescer. De acordo com Truss, esses problemas são globais e estimulados pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Truss disse à rádio local BBC que “precisávamos tomar medidas urgentes para fazer nossa economia crescer, fazer a Grã-Bretanha se mover e também lidar com a inflação”.
“É claro que muitas das medidas que anunciamos não acontecerão da noite para o dia. Não veremos o crescimento acontecer da noite para o dia”, disse ela. “O importante é que estamos colocando este país em uma trajetória melhor no longo prazo.”
O anúncio de um programa de estímulo econômico, que incluiu 45 bilhões de libras (US$ 48 bilhões) em cortes de impostos e nenhuma redução de gastos, sem uma avaliação econômica independente do custo e do impacto, alarmou os mercados.
O Banco da Inglaterra alertou que a confiança em ruínas na economia representa um “risco material para a estabilidade financeira do Reino Unido”. Mark Carney, ex-governador do banco, disse que o governo e o banco central parecem estar indo em direções diferentes.
“Infelizmente, ter um orçamento parcial, nessas circunstâncias – economia global difícil, posição difícil no mercado financeiro, trabalho com objetivos cruzados com o banco – levou a movimentos bastante dramáticos nos mercados financeiros”, disse Carney à BBC.
O Banco de Inglaterra vai gastar 65 mil milhões de libras nas próximas duas semanas ante o ‘risco material para a estabilidade financeira do Reino Unido’ e ameaça às pensões que supõe o pacote fiscal de Liz Truss, que é acusada de ter feito cair a libra para mínimos históricos. pic.twitter.com/Oqfmhvh08n
— geopol.pt (@GeopolPt) September 29, 2022