As famílias da seleção do Irã de futebol na Copa do Mundo sofreram ameaça de prisão e tortura se os jogadores não se “comportarem” antes da partida contra os EUA nesta terça-feira (29), disse uma fonte envolvida na segurança dos jogos.
Na partida de abertura contra a Inglaterra, em 21 de novembro, os jogadores iranianos se recusaram a cantar o hino nacional do país. Após o ocorrido, a fonte afirma que os atletas foram convocados para uma reunião com membros do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC).
De acordo com a fonte, os jogadores foram informados que, caso não cantassem o hino nacional ou caso se juntassem a qualquer protesto político contra o regime de Teerã, suas famílias enfrentariam “violência e tortura”.
“Há um grande número de oficiais de segurança iranianos no Catar coletando informações e monitorando os jogadores”, disse a fonte. O técnico da seleção iraniana, o português Carlos Queiroz teria se reunido separadamente com oficiais da IRGC após as ameaças, diz a fonte.
Na última sexta-feira, os jogadores cantaram o hino do país antes da partida com o País de Gales. O Irã venceu a disputa por 2×0.
“No último jogo contra o País de Gales, o regime enviou centenas desses torcedores para criar uma falsa sensação de apoio e favor entre os torcedores. Para o próximo jogo contra os EUA, o regime planeja aumentar significativamente o número de atores para milhares”, disse a fonte.
🇶🇦 | 🇮🇷 Como protesto, seleção do Irã se recusa a cantar o hino do próprio país antes do jogo contra a Inglaterra na Copa do Mundo do Catar.
Por mais de dois meses, iranianos protestam contra a morte de uma jovem que estava sob custódia da polícia.pic.twitter.com/XxQuNvwhzY
— Eixo Político (@eixopolitico) November 21, 2022