A derrota da França na final da Copa do Mundo continua a repercutir em solo francês. Desta vez, o presidente francês, Emmanuel Macron, vem sendo alvo de críticas pela oposição por sua tentativa de consolar Kylian Mbappé após a partida no Estádio Lusail.
Depois da derrota da seleção francesa, o presidente desceu da tribuna de honra do estádio para o gramado e as câmeras flagraram o momento em que tentou consolar Mbappé. Mais tarde, a presidência francesa compartilhou um vídeo nas redes sociais que mostra Macron discursando para os jogadores ao lado do técnico da seleção, Didier Deschamps.
Emmanuel Macron foi rapidamente tachado de carreirista, paternalista e oportunista. “Ele tentou lucrar politicamente com a vitória em 2018. E agora ele também está tentando confiscar a derrota”, observou o comentarista Matthieu Croissandeau, da emissora BFMTV.
Segundo o vice-presidente do Reagrupamento Nacional (RN, extrema-direita), Sebastien Chenu, foi uma atitude “totalmente ridícula”. Em entrevista ao canal LCI, Sebastian explicou que o presidente parecia mais interessado em confortar Mbappé e tomar parte dos holofotes para si do que em consolar o elenco como um todo. “Foi um pouco lamentável vê-lo agarrado como um prego a Mbappé”, afirmou.
“Foi um gesto inoportuno e incômodo”, afirmou o líder do partido socialista Olivier Faure. Assim como outros deputados de esquerda, Oliver compartilhou um artigo da revista esportiva ‘So Foot’: “Macron, impedido em todos os aspectos”. O texto critica a atitude pública do presidente durante a Copa, em particular as imagens de Macron tentando consolar Mbappé, que “mal parece ouvi-lo”.
Pelo Twitter, a deputada Sandrine Rousseau, do partido Verde, escreveu: “Irritação”. “Emmanuel Macron, campeão do mundo da vergonha”, disparou o ecologista Benjamin Lucas. “Finalmente, a derrota não foi o momento mais difícil do dia”, acrescentou Thomas Portes, deputado do França Insubmissa.
Já o jornal “Libération” publicou que a atitude de Macron “provou por A+B que o esporte é, foi, e será sempre político, sobretudo quando atrai milhões de espectadores”. “Ao ver Mbappé desta forma, Macron atravessou esta fronteira entre esportistas e políticos para entrar na zona cinzenta da recuperação”, avaliou o jornal.