INVASÃO ÀS SEDES DOS PODERES

Exonerações: as consequências além dos atos antidemocráticos

Anderson Torres, Nestor Forster, Maria Nazareth Farani Azevêdo e outros foram algumas das autoridades que sofreram as consequências depois de atos terroristas.

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(Crédito: Agência Brasil/ Câmara dos Deputados/ Reprodução)

As consequências dos atos antidemocráticos do último domingo (8) estão afetando mais do que os vândalos e manifestantes. O agora ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal, Anderson Torres, já foi exonerado de seu cargo acusado de conivência. O governador da capital federal, Ibaneis Rocha, foi afastado de sua posição pelos próximos 90 dias por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sob as mesmas acusações.

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No dia 13 de janeiro Moraes determinou a abertura de inquérito para Torres e Ibaneis, assim como o ex-secretário de segurança interino Fernando de Sousa Oliveira e o ex-chefe da PM do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira. O ministro acatou ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar a conduta sob justificativa, conforme descrito pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo, de que existem “indícios graves do possível envolvimento do Governador do Distrito Federal e de seus Secretários (titular e interino), bem assim do Comandante Geral da Polícia Militar, em verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito”.

O embaixador do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, também foi exonerado do cargo. Nestor Forster esteve no comando diplomático durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e defendia ideias de Olavo de Carvalho, espécie de guru negacionista do ex-presidente.

A decisão por tirar Forster da embaixada foi publicada nesta segunda-feira (9) e partiu do ministro das Relações Exteriores do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Mauro Vieira. A diplomata Maria Nazareth Farani Azevêdo, cônsul do Brasil em Nova York, foi exonerada na mesma decisão.

A identificação dos manifestantes que participaram do ato antidemocrático também causaram a exoneração de uma youtuber bolsonarista. Karol Eller era funcionária da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e foi demitida nesta segunda-feira (9). Ela é amiga de Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do ex-presidente, e ocupava um cargo de confiança na estatal desde 2019. Nas redes sociais, Eller publicou uma declaração em que afirmava ser contra violações à constituição ou ao estado democrático de direito, no entanto fez vídeos ao vivo de sua participação na invasão ao Congresso Nacional.

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Mais manifestantes já estão sendo identificados e o governo federal promete a investigação e a responsabilização dos financiadores e de todos os participantes do episódio deste domingo. As consequências dos atos antidemocráticos já estão indo além dos próprios episódios de vandalismo e atingem esferas maiores, como a exoneração das autoridades já demonstra.

Enquanto forças policiais foram acusadas de conivência, boa parte dos que estiveram presentes durante a invasão às sedes dos poderes não se preocuparam em esconder a própria identidade.

*Texto de Beatriz Moreno sob supervisão de Lilian Coelho

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