O general Augusto Heleno, um dos ministros mais próximos de Jair Bolsonaro, afirmou à CPMI do 8 de janeiro nesta terça-feira (26) que nunca tentou convencer o ex-presidente a “sair das quatro linhas” da Constituição e declarou que nunca viu nenhuma minuta golpista.
Heleno também rebateu o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Lula, Gonçalves Dias, e afirmou à CPMI do 8 de janeiro que houve transição entre os dois governos e “nada ficou sob o tapete”.
O militar também negou que tivesse participado da reunião narrada pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid à Polícia Federal em que Bolsonaro teria discutido um golpe de Estado com ministros militares e comandantes das Forças Armadas.
O general disse que, apesar de ser militar, ocupava cargo de natureza civil e “não era chamado para reuniões da cúpula militar”.
“Nunca ouvi falar na minuta de GLO, minuta do golpe. O presidente da República disse, várias vezes, que jogaria dentro das quatro linhas, e não era minha missão convencer o presidente a sair das quatro linhas. Pelo contrário”, afirmou Heleno.
Diferentes minutas golpistas circularam no entorno de Bolsonaro após a vitória de Lula. Uma delas —que autorizava o ex-presidente a instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)—, foi encontrada no armário do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Outro documento localizado pela PF no celular de Cid decretava Estado de Sítio e GLO (Garantia da Lei e da Ordem). Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens citou ainda uma minuta entregue pelo ex-assessor Filipe Martins para convocar novas eleições e prender adversários.
Time em campo na CPMI. Pode vir, general Heleno! pic.twitter.com/eUnMAFB6Q2
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) September 26, 2023