O dólar blue, cotação informal da moeda na Argentina, subiu 50 pesos nesta terça-feira (16) e encerrou em $1.130 para a compra e $1.180 para a venda, estabelecendo um novo recorde nominal.
No acumulado de janeiro, a cotação informal aumentou 155 pesos, representando um aumento de 15,1%. Com um dólar mayorista (atacado) encerrando o dia em $818,10, a diferença atinge 44,2% em relação à cotação oficial.
As cotações dos dólares financeiros seguiram a tendência de alta do dólar blue. O contado com liquidação (CCL) ultrapassou novamente a marca de $1.200 e encerrou o dia em $1.214,12, aumentando 4,3% no dia e ampliando a diferença com o dólar oficial para 48,4%.
Por outro lado, o dólar MEP avançou 40 pesos e encerrou a sessão em $1.165,63, com uma diferença de 42,5%. Dessa forma, o dólar paralelo se posiciona entre as cotações financeiras.
“Depósitos a prazo fixo e títulos com taxas reais negativas, como se fôssemos a Suíça, mas não o somos; simplesmente, há um controle cambial que mantém os pesos presos. A resposta em um país bimonetário como o nosso é o dólar, que subiu até 30% nos últimos 20 dias”, detalhou o analista financeiro Christian Buteler sobre a pressão que as cotações da moeda vêm sofrendo.
Ele acrescentou ainda que “o objetivo do governo é diluir os pesos, com a ajuda do controle cambial, uma política monetária que coloca em risco a estabilidade cambial e a redução da diferença entre as taxas de câmbio”.
A cotação oficial, após o ajuste diário, atingiu $837,75 no Banco Nación, $864,65 nos demais bancos do sistema e $818,10 no segmento atacadista. Com esses valores, o dólar para despesas em moeda estrangeira com cartão fica em $1.340,40.
Banco Central comprou dólares, mas as reservas caíram
O Banco Central teve uma boa aquisição nesta terça-feira ao absorver 217 milhões de dólares do mercado, um desempenho superior aos 81 milhões do dia anterior. Com isso, alcança 25 dias consecutivos comprando divisas, acumulando mais de US$ 4,6 bilhões.
Havia especulações sobre complicações a partir desta semana para acumular divisas devido ao acesso dos importadores ao Mercado Único e Livre de Câmbio (MULC), mas tanto ontem quanto hoje, o acesso permaneceu restrito, dentro da média das últimas semanas.
No entanto, as reservas brutas diminuíram US$ 27 milhões, fechando em US$ 23,9 bilhões, sem ultrapassar os US$ 24 bilhões por duas razões, explicaram fontes da autoridade monetária: enfrentar pagamentos no exterior e a variação nas cotações das moedas que compõem suas reservas, impactando negativamente.
Além de dólares, as reservas incluem, por exemplo, o swap com a China, ouro e outras moedas que variam sua cotação diariamente.