“Dar uma pausa nas redes sociais parece ser uma estratégia especialmente útil para mulheres que correm o risco de desenvolver distúrbios de alimentação por valorizarem excessivamente a magreza“, afirmou o estudo.
Influenciadores digitais têm se tornado adeptos deste movimento, e vêm produzindo conteúdo sobre o assunto. Nomes como Emma Chamberlain, Marcela Ceribelli e Lela Brandão já falaram sobre suas experiências positivas diminuindo o tempo de atividade nas redes. Confira o episódio do podcast de Lela, em que ela aborda a temática:
Porém, segundo as autoras do estudo, as causas da melhora vista nas estudantes devem ser melhor investigadas. Uma possível influência seria de que o conteúdo ao qual as participantes estariam consumindo reforçasse o padrão de magreza, causando um ciclo vicioso de baixa autoestima e autoimagem negativa.
“A exposição repetida a imagens de corpos idealizados, aliada à valorização e insatisfação com a própria imagem, podem levar um indivíduo a se enxergar de forma mais negativa“, disseram as pesquisadoras. “Da mesma forma, a baixa autoestima pode tornar um indivíduo mais vulnerável a pressões sociais, como possuir o corpo perfeito“, completaram.
Além disso, é possível que o tempo ganho com a não utilização das redes pode desencadear comportamentos que contribuem para a saúde mental, como mais tempo ao ar livre, socialização ou mais tempo de sono.
Pesquisadora defendeu conscientização sobre uso das redes sociais
Jennifer Mills, coordenadora da pesquisa e professora de psicologia da universidade, disse em entrevista ao portal alemão Tagesschau que o formato de consumo de mídias mudou muito em períodos recentes, com a introdução da internet.
Mills afirmou que, antes, as mulheres tinham um tempo limitado de consumo, com as revistas de moda e beleza saindo uma vez por semana, e hoje elas têm acesso a conteúdo potencialmente degradante o tempo todo.
Assim, ela defende uma conscientização sobre o uso das redes sociais e seus riscos. Ainda, a psicóloga afirmou que cabe às plataformas oferecer maior autonomia para que os usuários controlem e decidam como interagir com elas.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini