A dengue, conhecida predominantemente por seus sintomas febris e dolorosos, agora também está associada a impactos significativos na saúde mental, conforme descoberto por pesquisadores em Taiwan. O levantamento evidencia as consequências a longo prazo do vírus, que pode ir além das manifestações físicas imediatas.
O estudo foi conduzido pela National Cheng Kung University junto ao National Health Research Institutes e publicado na revista PLOS Neglected Tropical Diseases, trazendo luz às novas evidências sobre como a infecção por dengue pode predispor indivíduos a transtornos psiquiátricos, incluindo depressão e ansiedade.
O que o estudo revela sobre dengue e saúde mental?
Analisando um extenso período de dados, entre 2002 e 2015, a pesquisa comparou a saúde mental de mais de 45.000 pacientes diagnosticados com dengue a um grupo controle de mais de 226.000 pessoas não infectadas. Os resultados indicam uma incidência maior de depressão e distúrbios do sono entre aqueles que tiveram dengue, esclarecendo a relação entre o vírus e as condições psiquiátricas.
Os cientistas descobriram que os riscos de desenvolver depressão foram consistentemente mais altos em diferentes períodos após a infecção, incluindo nos primeiros três meses, entre três e 12 meses, e depois de um ano da infecção. Surpreendentemente, o aumento dos distúrbios do sono foi notado apenas entre três e 12 meses após a infecção, enquanto o risco de ansiedade não apresentou aumento significativo.
Apesar da pesquisa destacar uma associação entre a dengue e um maior risco de depressão, ela não estabelece uma causalidade direita. É necessário mais estudos para entender se a relação é direta ou se outros fatores subjacentes contribuem para essa ligação.
Além disso, os dados mostram que há diferenças nos riscos entre pessoas com dengue leve e grave. Pacientes hospitalizados por dengue grave têm um risco elevado de desenvolver transtornos de ansiedade nos primeiros três meses e de depressão e distúrbios do sono nos primeiros 12 meses após a infecção.
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