Proprietários de uma fazenda em Corumbá (MS), uma das cidades mais afetadas pelos incêndios no Pantanal, foram multados em R$ 100 milhões pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Essa penalidade foi aplicada devido ao fogo que devastou cerca de 333 mil hectares de vegetação nativa do bioma, com efeitos desastrosos tanto para a fauna quanto para a flora da região.
A área destruída pelo incêndio não se limitou apenas à propriedade dos infratores, atingindo outros 135 imóveis rurais da região. Este foi o maior território devastado por incêndio causado por uma única propriedade neste ano no Pantanal. O início do incêndio ocorreu em junho, e devido às severas condições climáticas, levou 110 dias para ser controlado.
De acordo com os fiscais do Ibama, o fogo começou em uma área de vegetação nativa do Pantanal. Após mais de 20 dias de investigação, os responsáveis pela propriedade foram identificados e multados por causar danos ambientais severos utilizando o fogo sem a devida autorização.
O Ibama informou que o incêndio trouxe graves consequências para a vegetação típica do bioma e impactou diretamente os animais silvestres. Além do aumento da mortalidade animal, a diminuição dos recursos alimentares e substratos dificultou ainda mais a sobrevivência da fauna local.
Extensão dos danos
Segundo um levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), mais de 2 milhões de hectares foram queimados este ano no Pantanal. Este valor representa 13,6% de todo o território do bioma. A alta temperatura e a baixa umidade tornam o ambiente ainda mais propício ao fogo.
Entre janeiro e setembro deste ano, foram queimados 2.047.475 hectares, espalhados por Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Este número alarmante evidencia a necessidade de medidas mais efetivas de prevenção e controle de incêndios na região.
Impactos a longo prazo
A devastação causada pelo fogo não se limita à destruição imediata da vegetação e da fauna. A extensa fumaça liberada pelo incêndio contribuiu significativamente para o aumento da poluição do ar em várias cidades do Brasil. Entre os poluentes liberados, encontram-se material particulado, gases tóxicos e compostos orgânicos voláteis.
- Perda de Biodiversidade: Muitos animais não conseguem escapar do fogo e acabam morrendo. Aqueles que sobrevivem enfrentam falta de alimentos e abrigo.
- Poluição Atmosférica: A fumaça impacta a qualidade do ar, aumentando o risco de problemas respiratórios na população.
- Danos ao Solo: O solo perde nutrientes essenciais, dificultando a regeneração natural da vegetação.
O que pode ser feito para prevenir os incêndios no Pantanal?
Medidas para prevenir incêndios no Pantanal são fundamentais para preservar esse importante bioma. A ação humana, combinada com eventos climáticos extremos, tem antecipado a temporada de chamas, que normalmente ocorre entre o final de julho e agosto. Este ano, os incêndios começaram ainda em junho, evidenciando a urgência de ações preventivas.
- Educação Ambiental: Informar e educar a população local sobre os riscos e as consequências dos incêndios.
- Fiscalização Rigorosa: Aumentar a presença de órgãos de fiscalização e aplicar penas severas para quem desrespeitar as leis ambientais.
- Estratégias de Contenção: Implementar técnicas de manejo para controlar possíveis focos de incêndio antes que se espalhem.