
Recentemente, a Polícia Federal (PF) intensificou suas investigações em 52 casos de incêndios florestais com suspeita de ações criminosas. Ainda que não haja comprovação de coordenação orquestrada ou ligação com o crime organizado até o momento, tais possibilidades não foram descartadas pelos investigadores.
De acordo com membros do governo Lula (PT), há fortes indícios de que a causa principal das queimadas seja atividade humana intencional. Dados oficiais mostram que, entre o dia 1º e a tarde de 5 de janeiro de 2024, aproximadamente 20.700 focos de incêndio foram registrados em território nacional.
Em resposta a essa crise, integrantes do governo estudam medidas para aumentar as penas aplicadas nesses casos. O cenário é agravado pela pior seca já registrada no país, e com a alta temporada se aproximando, a situação pode se complicar ainda mais. Nas últimas duas semanas, a PF abriu 20 novos inquéritos.
Como a seca contribui para os incêndios florestais?
A comunidade científica está dividida sobre a natureza criminosa dos incêndios versus os impactos da seca recorde. Contudo, é consensual que a ausência de chuvas e o clima seco intensificam o problema. A Polícia Civil de São Paulo, por exemplo, deteve 12 indivíduos suspeitos de envolvimento em incêndios no estado.
Especialistas e investigadores indicam que o surgimento de múltiplos focos de calor em curto período em várias partes de São Paulo aponta para possível atividade criminosa. Vídeos em redes sociais chegam a mostrar pessoas gabando-se de terem iniciado alguns dos incêndios.
Como a Amazônia está enfrentando a situação?
A Amazônia vive um cenário alarmante com um número recorde de incêndios. A combinação de devastação e seca ocasiona impactos significativos nas cidades, isolando comunidades e deixando-as vulneráveis. Em grandes áreas da região, assim como no Pantanal, qualquer uso do fogo, mesmo para fins agropecuários, está proibido.
O clima extremo, somado a qualquer ação que gere um incêndio, torna-se um crime pela rápida disseminação resultante da seca e dos ventos intensos. Em certos locais, as chamas chegam a atingir dez metros de altura, exigindo que as equipes de brigadistas trabalhem incessantemente, muitas vezes à noite.
Incêndios em florestas públicas sugerem a ação de grileiros que tentam se apropriar de terras ilegalmente. Um exemplo é a cidade de Humaitá (AM), onde garimpeiros incendiaram vários pontos e atiraram contra policiais, em retaliação às ações do governo contra a mineração ilegal.