HISTÓRIA COMOVENTE

Amizade entre pescador e pinguim é retratada em filme; saiba mais

O pinguim Dindim e o pescador João Pereira de Souza cruzaram caminhos em 2011, quando o animal foi resgatado de uma praia em Angra dos Reis

O pinguim Dindim e o pescador João Pereira de Souza cruzaram caminhos em 2011, quando o animal foi resgatado de uma praia em Angra dos Reis.
O pescador João na companhia de Dimdim – Créditos: Divulgação/ IMDB

Embora muitos imaginem que todos os pinguins vivem em regiões geladas, diversas espécies buscam locais mais quentes no inverno. Entre esses destinos está o litoral do Rio de Janeiro, onde a presença do pinguim-de-Magalhães, da espécie Spheniscus magellanicus, tem se tornado cada vez mais comum.

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Originários da Patagônia, entre Chile e Argentina, esses pinguins navegam por uma corrente oceânica quente que os leva até as praias cariocas. Esse fenômeno já rendeu histórias, como a de Dindim.

No inverno de 2011, um pinguim-de-Magalhães foi resgatado na praia de Provetá, em Ilha Grande, Angra dos Reis. Debilitado e coberto de óleo, foi socorrido pelo pescador João Pereira de Souza, de 80 anos. A partir daí, a ave ganhou o nome de Dindim e retornou fielmente ao encontro de João por anos consecutivos.

Dindim faz um percurso de 8.000 km, desde a Patagônia até o quintal de João, onde se tornou parte da rotina da casa, coexistindo com outros animais como cachorros e galinhas. Locais inusitados como o banheiro também são preferência do pinguim, que adora um banho de chuveiro.

História de pinguim e pescador virou filme

A amizade entre João e Dindim inspirou o cineasta David Schurmann a criar o filme “Meu Amigo Pinguim“. O longa, com produção estadunidense e lançamento nos cinemas brasileiros em 12 de agosto, destaca a relação entre um homem e um pinguim e como essa conexão foi capaz de transformar vidas.

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“Queremos mostrar, com ‘Meu Amigo Pinguim’, que além de um pescador salvar um pinguim, um pinguim pode resgatar um homem”, comentou Schurmann. O filme foi rodado em locais do Brasil, como Ubatuba (SP) e Paraty (RJ), e conta com uma produção majoritariamente brasileira.

João afirma que Dindim, seu amigo pinguim, volta todos os anos em junho e fica até fevereiro. Contudo, desde 2018, ele não apareceu mais até que um pinguim semelhante surgiu em 2022. Mesmo sem a confirmação oficial de ser o mesmo Dindim, João continua acreditando firmemente que é seu velho amigo.

Veja trailer do longa:

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Os pinguins realmente retornam?

A médica veterinária Paula Baldassin, vice-presidente da ONG Instituto BW, explica que é comum pinguins juvenis ficarem no mar e só retornarem à terra para mudar suas penas. Após cinco anos, os pinguins começam a reproduzir e voltam para as colônias na Patagônia.

Segundo Baldassin, os avistamentos de pinguins no litoral brasileiro não são novidade. Em Cabo Frio (RJ), sambaquis revelam ossos desses animais, indicando que frequentam essas praias há séculos.

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Com movimentos cíclicos, é comum notar variações nas aparições de ano para ano. Em 2024, por exemplo, tem-se visto um aumento no número de pinguins e lobos-marinhos, embora isso não seja garantia de um padrão fixo para os próximos anos.

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