“Nada a temer, senão o correr da luta”

Amor e luta: exposição no Rio conta trajetória do movimento LGBTI+

O espaço expositivo foi divido em diferentes setores. Uma primeira parte apresenta a linha do tempo com os principais fatos relacionados ao movimento LGBTI+ e ao Grupo Arco-Íris

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(Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil)

“Nada a temer, senão o correr da luta”. A frase, da música Caçador de Mim, de Milton Nascimento, foi escolhida como inspiração para a abertura da exposição Amor e Luta, neste sábado (17) na estação do metrô Carioca, na região central do Rio de Janeiro. Painéis ilustrativos, fotografias e peças de vestuário apresentam a história do movimento LGBTI+ e do Grupo Arco-Íris, que em maio completou 30 anos de existência em defesa da diversidade e dos direitos humanos.

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O espaço expositivo foi divido em diferentes setores. Uma primeira parte apresenta a linha do tempo com os principais fatos relacionados ao movimento LGBTI+ e ao Grupo Arco-Íris. Depois, há um memorial voltado especialmente para a arte e cultura transformista. A ideia é homenagear atores e atrizes que contribuíram para divulgar as bandeiras de luta política por meio da cultura e da arte. Outros memoriais lembram cantoras lésbicas e bissexuais emblemáticas da militância, e ativistas que já faleceram e se destacaram na luta pelos direitos da comunidade no país.

A inauguração da mostra foi pensada estrategicamente para acontecer dois dias antes da 28ª Parada do Orgulho LGBTI+ Rio, que ocorre neste domingo (19), às 11h, no Posto 5 da Praia de Copacabana, na zona sul da cidade. O evento também é organizado pelo Grupo Arco-Íris.

“É um momento importante de olhar para o passado e valorizar toda essa história. Também deixar uma mensagem para as futuras gerações que precisamos incluir na perspectiva humana a questão da diversidade e da pluralidade. A base da sociedade democrática tem que ser o afeto e a liberdade para que as pessoas expressem sem culpa e sem medo a própria existência. Esse legado projeta uma inspiração para os próximos anos”, afirma Cláudio Nascimento, presidente do Grupo Arco-Íris e curador da exposição.

A princípio, a exposição seria na sede do Grupo Arco-Íris. Mas a parceria com a empresa MetrôRio trouxe a memória e as mensagens de luta da população LGBTI+ para um espaço de maior circulação de pessoas.

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“É um lugar de grande visibilidade. Entre 70 e 80 mil passageiros passam por dia nessa estação, que fica no coração do centro do Rio. A exposição aqui contribui de maneira impactante para que mais pessoas possam ter acesso”, diz Cláudio.

“Nós somos muito plurais, transportamos muitas pessoas todos os dias. E a diversidade e a inclusão são valores muito importantes para nós. Sediar essa exposição vai ajudar nossos clientes a conhecerem melhor as lutas do movimento LGBTI+ e o trabalho do Grupo Arco-Íris”, reforça Marcelo Mancini, do Núcleo Diversidade do MetrôRio.

Entre o público que participou do evento hoje, a mensagem de continuidade da luta por igualdade de direitos e justiça social impactou principalmente os mais jovens.

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“Eu sou de uma nova geração. Mas a gente tem que saber o que aconteceu lá atrás. As trans, gays e lésbicas abriram essa alameda para a que a gente pudesse estar aqui hoje”, diz Yasmin Oliveira, que é transsexual, promotora de vendas e cover da Lady Gaga.

“É muito inteligente que tenham escolhido esse lugar no metrô, porque muitas pessoas passam por aqui e isso aumenta a visibilidade da causa”.

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