
Durante a cerimônia de entrega dos prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), que ocorreu na última terça-feira (2) no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, o ator Giu Alles, integrante da Companhia de Teatro Antropofágica, foi revistado no placo. Ele relatou que foi convidado a exibir o conteúdo de sua bolsa em frente à plateia, sob a insinuação de que poderia ter ocultado o prêmio que tinha acabado de receber. “Nossa relação com os racistas não tem que ser de vítima, tem que ser de algoz”, declarou o ator no palco, após o constrangimento vivido.
Uma colega de trabalho de Giu Alles e membro da Companhia de Teatro Antropofágica também expressou seu descontentamento durante a cerimônia. “Infelizmente um dos atores que estava conosco foi revistado no palco […] é muito difícil o teatro de grupo, a gente, pessoas negras ocuparem espaços oficiais e quando a gente chega aqui isso acontece, isso é muito sintomático”, afirmou.
Qual foi a resposta da APCA sobre a declaração do ator?
Diante das alegações, a diretoria da APCA se pronunciou oficialmente negando qualquer tentativa de constrangimento durante o evento e declarando que considera inaceitável tal acusação. Segundo a ssociação, “em momento algum aconteceu tentativa de constrangimento por parte da equipe da APCA, que não contou com segurança para o evento”.
Em comunicado, a Associação Paulista de Críticos de Arte esclareceu que “houve, sim, uma comunicação gentil e educada sobre o fato de o troféu ser cenográfico, e não o oficial disponibilizado apenas para a foto no ato da entrega”.
A associação enfatizou seu compromisso com a igualdade de direitos e sua longa trajetória na luta contra todo tipo de preconceito e racismo, pedindo desculpas pelo “mal-estar causado pelo ruído na comunicação”. Além disso, a organização reafirmou que não solicitou que o ator abrisse a bolsa, enfatizando que isso ocorreu de forma voluntária.
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