As enchentes no Rio Grande do Sul não apenas resultaram em uma tragédia humana, mas também afetaram milhares de animais, muitos dos quais ficaram presos em telhados ou árvores para evitar o afogamento. O governo do estado relata o resgate de mais de 11 mil animais de estimação e espécies silvestres até o momento, mas esse número é significativamente maior, uma vez que não inclui os esforços de voluntários em abrigos, ONGs protetoras e autoridades municipais.
Nas redes sociais, vídeos mostrando a luta desses animais comoveram os brasileiros, como o da cachorrinha Frida, apelidada assim após ser resgatada e acolhida por Ana Paula Hahn em um lar temporário. Ana Paula é uma das pessoas que abriram suas casas para receber os animais resgatados. O Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD Brasil) é uma das instituições que auxiliam nos resgates, tendo recebido mais de dois mil animais até o momento. O foco atual da instituição é unir os animais aos seus tutores o mais rápido possível.
SALVAR VIDAS! 🐶🐱 As #GuriasGremistas tem atuado no auxílio aos atingidos pelas enchentes no RS, e os bichinhos estão entre eles. Nossos melhores amigos agora precisam do cuidado que eles dedicam a nós!
Nossos pontos de coleta também recebem doações para os animais resgatados! pic.twitter.com/QbIoCTSD9y
— Gurias Gremistas (@GuriasGremistas) May 14, 2024
“Quando chegamos no abrigo, vimos que a situação era muito pior do que a gente imaginava. E os cachorros muito deprimidos, muito tristes… você imagina que vai ver os cachorros brincando contigo, mas não. Então, fomos, em um primeiro momento só pra ajudar. Encontramos a Frida – codinome que demos – e pensamos que, além de ajudar, a gente tem que fazer um movimento para dar um lar temporário. Senão, esses cães vão morrer de tristeza”, disse Ana Paula à CBN.
Cuidados nos abrigos
Para o veterinário de desastres e professor da UFF, Flavio Moutinho, o cuidado nos abrigos, depois que os animais são resgatados, deve se concentrar na saúde e no tratamento de possíveis traumas dos animais.
Deve ser levado em conta que, além dos possíveis traumas, os animais também podem acabar contraindo outros tipos de doenças durante os desastres e precisam estar sempre em observação por veterinários. “O excesso de animais abrigados em locais fechados também pode levar a um surto de doenças infecciosas entre eles e também para as pessoas. É bom evitar misturar esses animais com os que, porventura, a pessoa que oferece o lar temporário tenha em casa para não ter possibilidade de transmissão. Tudo isso são medidas para que não ocorra um dano secundário ao desastre em si”, conta Flávio, também à CBN.
O TRABALHO NÃO PARA!!!
Construção de um gigantesco abrigo para animais resgatados no RS.
Obrigado a cada pessoa maravilhosa q está trabalhando dia e noite!
Dra. Stéphanie Angelo, heroína!!! pic.twitter.com/hEmhDFVsoJ
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) May 10, 2024
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini