RIO GRANDE DO SUL

“Cachorros estão deprimidos nos abrigos”, diz voluntária

O governo do estado relata o resgate de mais de 11 mil animais de estimação e espécies silvestres até o momento

O governo do estado relata o resgate de mais de 11 mil animais de estimação até o momento, que estão em abrigos e lar temporário
Bichinhos podem sofrer traumas decorrentes da tragédia – Crédito: Reprodução

As enchentes no Rio Grande do Sul não apenas resultaram em uma tragédia humana, mas também afetaram milhares de animais, muitos dos quais ficaram presos em telhados ou árvores para evitar o afogamento. O governo do estado relata o resgate de mais de 11 mil animais de estimação e espécies silvestres até o momento, mas esse número é significativamente maior, uma vez que não inclui os esforços de voluntários em abrigos, ONGs protetoras e autoridades municipais.

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Nas redes sociais, vídeos mostrando a luta desses animais comoveram os brasileiros, como o da cachorrinha Frida, apelidada assim após ser resgatada e acolhida por Ana Paula Hahn em um lar temporário. Ana Paula é uma das pessoas que abriram suas casas para receber os animais resgatados. O Grupo de Resposta a Animais em Desastres (GRAD Brasil) é uma das instituições que auxiliam nos resgates, tendo recebido mais de dois mil animais até o momento. O foco atual da instituição é unir os animais aos seus tutores o mais rápido possível.

“Quando chegamos no abrigo, vimos que a situação era muito pior do que a gente imaginava. E os cachorros muito deprimidos, muito tristes… você imagina que vai ver os cachorros brincando contigo, mas não. Então, fomos, em um primeiro momento só pra ajudar. Encontramos a Frida – codinome que demos – e pensamos que, além de ajudar, a gente tem que fazer um movimento para dar um lar temporário. Senão, esses cães vão morrer de tristeza”, disse Ana Paula à CBN.

Cuidados nos abrigos

Para o veterinário de desastres e professor da UFF, Flavio Moutinho, o cuidado nos abrigos, depois que os animais são resgatados, deve se concentrar na saúde e no tratamento de possíveis traumas dos animais.

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Deve ser levado em conta que, além dos possíveis traumas, os animais também podem acabar contraindo outros tipos de doenças durante os desastres e precisam estar sempre em observação por veterinários. “O excesso de animais abrigados em locais fechados também pode levar a um surto de doenças infecciosas entre eles e também para as pessoas. É bom evitar misturar esses animais com os que, porventura, a pessoa que oferece o lar temporário tenha em casa para não ter possibilidade de transmissão. Tudo isso são medidas para que não ocorra um dano secundário ao desastre em si”, conta Flávio, também à CBN.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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