Transparência Eleitoral

Maduro aparece 13 vezes em cédula e oposição alega falta de transparência nas eleições

Apesar das críticas, Maduro defende a transparência do sistema eleitoral venezuelano e acusa a oposição de planejar alegações infundadas de fraude

Neste domingo (28), os olhos do mundo estão voltados para a Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro tenta assegurar um terceiro mandato
Neste domingo (28), os olhos do mundo estão voltados para a Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro tenta assegurar um terceiro mandato – Crédito: Divulgação

Neste domingo, 28 de abril de 2024, os olhos do mundo estão voltados para a Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro tenta assegurar um terceiro mandato presidencial. No entanto, pesquisas apontam que ele está 20 pontos percentuais atrás de Edmundo Gonzalez, um ex-embaixador e o principal candidato da oposição.

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A eleição de 2018, que reconduziu Maduro ao poder, foi amplamente contestada e considerada fraudulenta por países como os Estados Unidos e outras nações. Apesar das críticas, Maduro defende a transparência do sistema eleitoral venezuelano e acusa a oposição de planejar alegações infundadas de fraude.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) tem sido alvo de críticas tanto de grupos de defesa dos eleitores quanto da oposição. Decisões logísticas são apontadas como fatores que podem limitar o acesso ao voto para os 21,3 milhões de eleitores registrados.

 

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Segundo dados oficiais, dos 15.797 locais de votação existentes, pelo menos 8.000 terão apenas uma urna. Este número é um aumento significativo em relação aos 6.800 locais com urnas únicas na eleição de 2018. A Transparência Eleitoral, uma ONG regional, aponta que esses locais são mais difíceis de monitorar quanto a possíveis fraudes.

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Oposição destaca dificuldades e acusações de manipulação

Andres Caleca, ex-funcionário do CNE e figura proeminente nas primárias da oposição, declarou em sua conta no X (antigo Twitter) que as medidas adotadas pelo CNE visam manipular e distorcer o desejo de mudança da maioria. “Eles querem manipular e distorcer o desejo de mudança da grande maioria”, afirmou.

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Além da preocupação com a quantidade de urnas por local, a oposição alega que a alteração de locais de votação para estados diferentes dificulta ainda mais a participação dos eleitores.

De acordo com a consultoria Polity, liderada por John Magdaleno, a implementação de urnas únicas parece ser parte de uma “engenharia eleitoral” projetada para introduzir incerteza e favorecer o regime autoritário de Maduro. “Todas as autocracias tentam alterar os termos sob os quais uma competição eleitoral ocorre, introduzindo mais incerteza”, explicou Magdaleno.

As 13 aparições de Maduro

A crítica à cédula eleitoral, que inclui uma foto de cada candidato acima do logotipo do partido, também foi uma questão levantada pela oposição. Em maio, quando a Venezuela revogou o convite à União Europeia para enviar observadores, a UE lamentou a decisão e chamou por eleições livres e justas.

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Adicionalmente, a oposição questionou a nova regra do CNE que permite apenas que testemunhas eleitorais desempenhem suas funções na mesma mesa de votação onde votam, criticando a lentidão na distribuição das credenciais necessárias.

A diáspora venezuelana, que conta com 7,7 milhões de pessoas, enfrenta seus próprios obstáculos. Dos 4 milhões de migrantes elegíveis para votar, apenas 69.200 estão registrados. A oposição afirma que muitos eleitores enfrentaram problemas burocráticos em países como Colômbia e Peru.

A complexa situação para eleitores dentro e fora do país, somada às críticas ao sistema eleitoral, coloca um desafio significativo para a eleição deste domingo. Resta saber se Nicolás Maduro conseguirá superar as acusações e a desconfiança para buscar seu terceiro mandato presidencial.

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