ELEIÇÃO PRESIDENCIAL

Aliados de Trump demandam contagem de votos na mão

As cédulas de papel são geralmente contabilizadas usando máquinas de leitura óptica. Em 2020, o republicano alegou que essas máquinas foram adulteradas para favorecer seu oponente, Joe Biden

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Donald Trump – Crédito: Getty Images

Donald Trump e seus aliados já começaram a preparar a estratégia para questionar os resultados da eleição presidencial que ocorrerá em novembro de 2024. A tática, que já havia sido empregada em 2020, agora inclui críticas aos processos de registro de eleitores, contagem de votos e certificação dos resultados.

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Os democratas observam com preocupação essa movimentação, principalmente porque a expectativa é de que o placar final seja ainda mais apertado do que nas eleições anteriores. Para se prepararem para possíveis contestações, estão organizando equipes de advogados para reagirem rapidamente.

Na visão de Donald Trump, um dos principais problemas reside no processo de contagem de votos. Nos Estados Unidos, aproximadamente 70% dos eleitores usam cédulas de papel para votar, com apenas 5% adotando métodos eletrônicos, de acordo com a organização apartidária Verified Voting.

As cédulas de papel são geralmente contabilizadas usando máquinas de leitura óptica. Em 2020, Trump alegou que essas máquinas foram adulteradas para favorecer seu oponente, Joe Biden. Agora, seus apoiadores defendem a contagem de votos manual, criticada por especialistas por ser mais suscetível a erros e fraudes.

Quais estados já fazem o processo exigido por Trump?

Atualmente, 12 estados americanos preveem o uso da contagem manual em suas eleições, incluindo o crucial estado de Wisconsin. Há tentativas de implementar esse método em outros estados, como o Arizona, mas elas falharam em 2022.

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A certificação dos resultados, vista historicamente como um procedimento burocrático, também está no radar. Esse processo começa com funcionários de condados e vai até autoridades estaduais e federais.

Qualquer atraso na certificação inicial pode desencadear um efeito cascata. Os estados têm até 11 de dezembro para certificarem os resultados eleitorais. Se este prazo não for cumprido, a integridade do processo eleitoral pode ser colocada em dúvida.

Um relatório identificou 35 pessoas em oito estados críticos – Arizona, Geórgia, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Michigan – que já se recusaram a certificar resultados de eleições anteriores e podem repetir isso em 2024. O grupo inclui apoiadores de Trump e pessoas que rejeitam a vitória de Joe Biden em 2020. Também fazem parte do grupo indivíduos que se passaram por delegados do ex-presidente e um condenado por participação na invasão do Capitólio.

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Novo regulamento eleitoral na Geórgia

A Geórgia está no centro das atenções, onde o comitê de supervisão eleitoral aprovou novas regras permitindo que funcionários conduzam “investigações razoáveis” antes de certificar os resultados. A preocupação é de que essas regras sejam usadas para alegar irregularidades e invalidar resultados eleitorais.

Essa mudança foi possível após os republicanos conseguirem maioria no órgão. Em um comício em Atlanta, Trump elogiou seus aliados, chamando-os de “pitbulls lutando por honestidade, transparência e vitória”.

Na semana passada, os democratas entraram com um processo contra essa mudança, argumentando que viola a Constituição estadual. Em 2020, Biden venceu Trump na Geórgia por uma margem de menos de 12 mil votos, e qualquer modificação nas regras pode ter um impacto significativo.

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Eleições primárias e o papel dos tribunais

Em 2024, podemos esperar ver nas eleições primárias situações similares às de Nevada, Michigan e Pensilvânia, onde os tribunais tiveram um papel importante. Por exemplo, na Pensilvânia, um tribunal rejeitou um pedido dos republicanos para desconsiderar votos enviados em envelopes com problemas de datação. Essa decisão será provavelmente levada à Suprema Corte estadual.

Outro foco dos esforços republicanos é o voto por correio, onde eleitores enviam cédulas preenchidas para as autoridades eleitorais dentro de um prazo específico. Chamada de “operação pela integridade eleitoral”, essa campanha envolve várias ações judiciais para garantir regras eleitorais mais rígidas.

Com as tensões políticas elevadas e uma batalha judicial iminente, resta ver como esses desafios podem influenciar os resultados das eleições e o futuro da democracia americana.

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