Enquanto a Venezuela se prepara para uma possível eleição presidencial histórica no próximo domingo (28), um nome crucial da oposição não estará na cédula: María Corina Machado. A oposição corre sem sua figura central e carismática, que é considerada por muitos como a verdadeira desafiante ao socialista Nicolás Maduro.
Doze anos atrás, Machado se fez notar na política venezuelana ao confrontar Hugo Chávez no Congresso. Chávez, no auge de seu poder, estava fazendo seu discurso anual sobre o estado da nação quando Machado, então uma política de oposição que havia perdido suas primárias, levantou-se e gritou para o presidente. Chávez a dispensou com desdém, dizendo: “Uma águia não caça uma mosca”.
Quem é María Corina Machado?
No entanto, apesar de não estar na cédula este ano, a relevância de Machado permaneceu inabalável. Declaradamente a favor do capitalismo e defensora da privatização de várias indústrias estatais, Machado venceu com mais de 90% dos votos nas primárias da oposição no ano passado. No entanto, foi impedida de concorrer a cargos públicos devido a alegações de irregularidades em sua declaração de bens.
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A decisão de barrar sua candidatura pelo Supremo Tribunal da Venezuela foi considerada por Machado como ilegítima e inconstitucional. Mesmo assim, ela continua a ser uma força significativa na política venezuelana, apoiando abertamente o atual candidato da oposição, Edmundo González, na corrida presidencial.
À medida que a eleição de 28 de julho de 2024 se aproxima, a influência de Machado na política venezuelana não pode ser subestimada. Especialistas afirmam que seus esforços podem representar a ameaça mais significativa ao domínio de Maduro em anos. A Venezuela, marcada por uma crise econômica e social profunda, busca uma mudança radical que possa reverter anos de má gestão.
Propostas de governo
Em uma recente entrevista à CNN, Machado revelou suas propostas para a economia venezuelana, defendendo a privatização de ativos públicos, especialmente nas áreas de saúde, petróleo e educação. Ela acredita que a educação pública deve ser competitiva e de alta qualidade, comparável à educação privada.
Machado propõe a criação de vales-educação, que permitiriam aos pais escolherem a melhor opção educacional para seus filhos, sejam instituições públicas ou privadas. No setor energético, ela destaca o enorme potencial da Venezuela, que requer investimentos significativos. A privatização e a abertura de mercados são, segundo ela, essenciais para atrair investimentos internacionais e transformar o país em um centro energético das Américas.