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Copacabana vira “sede” de torcedores do Boca Juniors no Rio de Janeiro

A temperatura elevada, com sol forte e céu limpo, reforçam a alegria de torcedores que, a todo momento, cantam músicas e o hino de seu clube de coração

Copacabana vira "sede" de torcedores do Boca Juniors no Rio de Janeiro
(Crédito: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)

O Posto 5 da Praia de Copacabana, na zona sul da cidade, virou local de encontro de argentinos que estão na cidade para a final da Taça Conmebol Libertadores entre o Fluminense e o Boca Juniors, neste sábado (4), às 17h, no Maracanã. Nesta sexta-feira (3), o azul e o amarelo, cores do clube argentino, são vistas por todo lado, em camisas, chapéus, bonés, bandeiras e faixas estendidas na areia. Ambulantes brasileiros, inclusive, aproveitam o movimento para vender essas peças para os torcedores.

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As barracas de venda de bebidas, que funcionam normalmente nas areias, também buscaram um meio de atrair os argentinos e colocaram bandeiras do clube estendidas nos mastros. Vale tudo para deixar os argentinos à vontade.

A temperatura elevada, com sol forte e céu limpo, reforçam a alegria de torcedores que, a todo momento, cantam músicas e o hino de seu clube de coração. O entusiasmo da torcida se espalhou por uma área extensa, em torno do quiosque Buenos Aires, que tem argentinos desde o dono e o gerente aos garçons e pessoal da cozinha.

“Muita gente está esperando aqui no quiosque que foi colocado como ponto de encontro, porque é um quiosque argentino. Esperamos que não tenha confusão e nenhum problema com a gente. A ideia é que seja uma festa. Quem está chegando à cidade tem que ir para um lugar, que acho que será um lugar seguro, [com] todo mundo junto e não por toda a cidade”, disse à Agência Brasil o dono do quiosque, Gabriel de Marco.

O movimento é tão grande que de Marco teve que multiplicar por 3 a quantidade de produtos oferecidos. Para facilitar o atendimento e diminuir o tempo de preparo, reduziu o cardápio a menos opções. Nesses dias estão oferecendo sanduíches de carne e frango à milanesa, hambúrgueres e batatas fritas. Para beber, cerveja, refrigerantes e água, que lotam dois freezers grandes do lado de fora do quiosque. “Tivemos que fazer um reforço, três vezes mais”, afirmou.

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Sobre o resultado do jogo, ele disse que a expectativa é a esperada. “O jogo é diferente, é uma final. Acho que o Boca chega melhor, mas é uma partida, uma final da Taça Libertadores. Pode ganhar qualquer um, deve-se olhar para a partida. O melhor vai ganhar.”

Por causa do esquema de segurança para a final, o jogo não terá transmissão pela televisão no quiosque. “Aqui a Orla Rio não está permitindo passar o jogo para não ter confusão de gente do Brasil e gente da Argentina”, informou.

Argentinos

A viagem de 54 horas de Córdoba, na Argentina, para o Rio de Janeiro não tirou o ânimo de Brenda Lucero, que chegou à cidade em um ônibus alugado com mais 39 pessoas. Usando camiseta do Boca, Brenda trazia na mão uma mala pequena com as cores do clube.

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Logo depois de chegar, desceu do ônibus e atravessou as pistas da orla para chegar à praia. Depois saiu para seguir até o lugar onde ficaria hospedada no bairro junto com outras pessoas. “Vamos para um apartamento e vamos botar bandeiras. Depois vamos voltar para comemorar aqui em Copacabana.”

Ao lado de Brenda, estava Romina Peralta. A disposição do grupo é permanecer uma semana na cidade. Amanhã estarão no Maracanã. “Sim, temos entradas”. A expectativa não poderia ser outra: “vitória do Boca: 2×0, sem dúvida alguma”.

Esquema

No fim da manhã desta sexta-feira, o comandante da Guarda Municipal do Rio, inspetor-geral José Ricardo, afirmou que o clima na praia estava bom. “Copacabana está muito tranquila. Temos conversado com os argentinos. Agora mesmo vou caminhar com eles aqui até a Praça do Lido”, disse à reportagem. José Ricardo acrescentou que também deu informações a alguns argentinos que queriam conhecer o Cristo Redentor.

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O comandante reconheceu que alguns problemas podem surgir, mas garantiu que o esquema montado pela prefeitura do Rio deixou a cidade preparada para os eventos deste fim de semana. “Claro que as eventualidades acontecem, mas a prefeitura e a própria Polícia Militar estão prontas para intervir, se for o caso.”

Tumulto

Ontem à tarde, uma confusão entre torcedores do Boca Juniors e do Fluminense atrás da Fan Fest montada em frente ao Hotel Belmont Copacabana Palace, resultou em ação de policiais militares que usaram até balas de borracha e de gás para dispersar as pessoas do local.

À noite, voltou a ter confusão, e torcedores do Fluminense chegaram a reclamar de expressões racistas por parte dos argentinos. Ao fim, nove pessoas foram levadas para a delegacia de Copacabana, mas todos foram liberados depois de prestar depoimento.

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“Houve, e foi logo dispersado, tanto pela Polícia Militar quanto pela Guarda Municipal”, comentou o comandante.

“Hoje o clima é de festa. Los hermanos [os irmõs] são muito divertidos, vieram aqui para aproveitar, e a cidade está de braços abertos para acolhê-los”, concluiu o inspetor-geral.

Para evitar transtornos no trânsito, o planejamento da prefeitura do Rio inclui ainda o uso da área do Terreirão, no centro da cidade, para o estacionamento de ônibus e, perto de lá, no Sambódromo, para a permanência de motorhomes. Esse esquema foi utilizado também durante os Jogos Olímpicos de 2016.

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