Nesta sexta-feira (28), a região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, foi inundada por uma espessa fumaça, que escureceu o céu. Este cenário é uma consequência das inúmeras queimadas que acontecem na área do Pantanal e a poluição que vem com elas.
A cidade, conhecida como a capital do Pantanal, está no topo da lista dos municípios brasileiros com o maior número de focos de incêndio, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Corumbá, de acordo com o Sistema BDQueimadas registrou 65 pontos de calor nas últimas 48 horas, o que representa um alerta vermelho para a região e o ecossistema local.
A situação em Corumbá é crítica. Com o céu tomado por uma densa fumaça e o sol adquirindo uma tonalidade vermelha marcante, as queimadas impactaram o ambiente e a qualidade do ar. Essa alteração na cor do sol ocorre devido à interação das partículas de fumaça com os raios solares.
Esta também foi a cidade onde uma festa de São João acontecia em frente a uma queimada. O vídeo, que mostrava a situação, viralizou nas redes sociais. Veja:
Recebi no ZAP.
“o pantanal pegando fogo e a turma dançando…Corumba/MS” https://t.co/HrrmDMzwPE pic.twitter.com/HtFeJ4YVAH
— Prof Xico UFRN 🇧🇷 🌎 (@Prof_Xico) June 25, 2024
Visita de autoridades e estratégias de combate
No dia crítico do avanço das chamas, uma comitiva que incluía autoridades como o governador Eduardo Riedel e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, esteve em Corumbá. Eles sobrevoaram as áreas mais afetadas e discutiram estratégias para combater os incêndios que devastam não apenas a flora e a fauna, mas também ameaçam as comunidades locais.
A resposta ao desafio das queimadas foi intensa. Desde o início da Operação Pantanal 2024, houve uma mobilização significativa. Ao todo, 415 bombeiros militares do Mato Grosso do Sul foram convocados para a missão, apoiados por uma frota de sete aeronaves, incluindo helicópteros e Airtractors destinados a operações de combate aéreo e terrestre. Ainda, na noite da quinta-feira (27), 40 profissionais da Força Nacional chegaram ao local para auxiliar no operação.
Dentro dessa força-tarefa, há 51 membros atuando nas Guarnições de Combate a Incêndios Florestais (GCIFs) direto no terreno, quatro estão mobilizados para atuações aéreas, enquanto outros 19 participam do Sistema de Comando de Incidentes, todos coordenados com o objetivo de conter a rápida propagação do fogo.
Impacto e consequências das queimadas
O fogo já consumiu mais de 688 mil hectares no bioma este ano, ampliando em mais de 2000% o número de focos em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). Essa estatística alarmante reflete não apenas em perdas biodiversas, mas também evidencia a urgência de reavaliar e fortalecer políticas de prevenção e combate a incêndios em áreas de conservação.
Apenas neste ano, foram registrados 3.451 focos de incêndio, o que já supera o recorde de queimadas, que aconteceu em 2020. Na última segunda-feira (24), o governo do Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência nas cidades que estão sendo afetadas pelas queimadas.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini
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