MEIO AMBIENTE

Fumaça das queimadas do Pantanal escurece céu de cidade no MS

Corumbá é o município com o maior número de focos de incêndio e enfrenta uma poluição forte no ar, advinda do fogo

Corumbá é o município com o maior número de focos de incêndio e enfrenta uma poluição forte no ar, advinda das queimadas.
A fumaça escureceu o céu do município – Créditos: Jaderson Moreira/TV Morena

Nesta sexta-feira (28), a região de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, foi inundada por uma espessa fumaça, que escureceu o céu. Este cenário é uma consequência das inúmeras queimadas que acontecem na área do Pantanal e a poluição que vem com elas.

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A cidade, conhecida como a capital do Pantanal, está no topo da lista dos municípios brasileiros com o maior número de focos de incêndio, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Corumbá, de acordo com o Sistema BDQueimadas registrou 65 pontos de calor nas últimas 48 horas, o que representa um alerta vermelho para a região e o ecossistema local.

A situação em Corumbá é crítica. Com o céu tomado por uma densa fumaça e o sol adquirindo uma tonalidade vermelha marcante, as queimadas impactaram o ambiente e a qualidade do ar. Essa alteração na cor do sol ocorre devido à interação das partículas de fumaça com os raios solares.

Esta também foi a cidade onde uma festa de São João acontecia em frente a uma queimada. O vídeo, que mostrava a situação, viralizou nas redes sociais. Veja:

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Visita de autoridades e estratégias de combate

No dia crítico do avanço das chamas, uma comitiva que incluía autoridades como o governador Eduardo Riedel e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, esteve em Corumbá. Eles sobrevoaram as áreas mais afetadas e discutiram estratégias para combater os incêndios que devastam não apenas a flora e a fauna, mas também ameaçam as comunidades locais.

A resposta ao desafio das queimadas foi intensa. Desde o início da Operação Pantanal 2024, houve uma mobilização significativa. Ao todo, 415 bombeiros militares do Mato Grosso do Sul foram convocados para a missão, apoiados por uma frota de sete aeronaves, incluindo helicópteros e Airtractors destinados a operações de combate aéreo e terrestre. Ainda, na noite da quinta-feira (27), 40 profissionais da Força Nacional chegaram ao local para auxiliar no operação.

Dentro dessa força-tarefa, há 51 membros atuando nas Guarnições de Combate a Incêndios Florestais (GCIFs) direto no terreno, quatro estão mobilizados para atuações aéreas, enquanto outros 19 participam do Sistema de Comando de Incidentes, todos coordenados com o objetivo de conter a rápida propagação do fogo.

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Impacto e consequências das queimadas

O fogo já consumiu mais de 688 mil hectares no bioma este ano, ampliando em mais de 2000% o número de focos em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). Essa estatística alarmante reflete não apenas em perdas biodiversas, mas também evidencia a urgência de reavaliar e fortalecer políticas de prevenção e combate a incêndios em áreas de conservação.

Apenas neste ano, foram registrados 3.451 focos de incêndio, o que já supera o recorde de queimadas, que aconteceu em 2020. Na última segunda-feira (24), o governo do Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência nas cidades que estão sendo afetadas pelas queimadas.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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