habeas corpus negado

Homem que deu ‘voadora’ em idoso diz que prisão é uma “masmorra”

Tiago Gomes Souza, de 39 anos, foi preso após dar um chute no peito de César Torressi na frente do neto dele em Santos (SP)

Tiago Gomes, que enfrenta um processo por agredir o idoso César Torressi, solicitou a prisão domiciliar para cuidar de seus três filhos.
Tiago Gomes de Souza chorou na reconstituição do crime que matou Cesar Fine Torresi, de 77 anos – Crédito: Matheus Croce/TV Tribuna e Reprodução/Facebook

Tiago Gomes de Souza, um empresário e professor universitário de 39 anos, teve seu pedido de habeas corpus negado. Ele, que enfrenta um processo por agredir fatalmente o idoso César Torressi, de 77 anos, solicitou a prisão domiciliar para cuidar de seus três filhos, um deles com síndrome de Down.

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Na solicitação, o empresário declarou à Justiça que possui transtorno bipolar e depressão, e que a prisão domiciliar é necessária para a continuidade do seu tratamento, feito com base em medicamentos fortíssimos. Segundo Tiago, na cadeia, seus sintomas serão agravados, uma vez que as prisões brasileiras, em sua maioria, são “verdadeiras masmorras medievais, locais nos quais os presos têm sua dignidade de pessoas humanas vilipendiadas diuturnamente”. As informações são de Rogério Gentile, colunista do site UOL.

O desembargador Hugo Maranzano foi claro ao negar o pedido de Tiago, citando a ausência de constrangimento ilegal flagrante como justificativa. Segundo Maranzano, não há evidências suficientes de que os filhos de Tiago estejam desamparados, o que poderia justificar a concessão de prisão domiciliar.

Entenda o caso que gerou a morte do idoso

Tiago foi preso após chutar o peito de César Torresi no dia 8 de junho, enquanto o idoso passeava de mãos dadas com seu neto de 11 anos. Segundo a denúncia do Ministério Público, César estava atravessando uma rua em Santos, no litoral paulista, quando foi surpreendido pelo carro de Tiago, que freou bruscamente muito próximo a ele.

“Inconformado com o mero fato de a vítima haver atravessado fora da faixa e encostado a mão em seu carro, Tiago desceu rapidamente do veículo e desferiu-lhe um brutal chute contra o tórax”, declarou o promotor Fábio Fernandes na denúncia. Uma testemunha do incidente relatou à Justiça que Tiago aplicou uma “voadora” no peito de César, que caiu e bateu a cabeça no chão. O idoso faleceu na madrugada do dia 9 de junho.

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Em depoimento à polícia, Tiago afirmou que foi tomado por uma “súbita raiva” após a vítima atravessar na frente de seu veículo e bater a mão no capô do carro. Ele alegou que chutou o quadril de César, mas se arrependeu imediatamente e tentou realizar os primeiros socorros, embora o idoso já estivesse inconsciente.

Tiago declarou que se escondeu em um supermercado próximo devido à tentativa de linchamento por parte das pessoas presentes no local, e que não tinha a intenção de fugir. A defesa de Tiago enfatizou que ele não é um criminoso e que o incidente foi uma “infelicidade pontualmente ocorrida”.

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