Com 128 afegãos acampando no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o Ministério Publico Federal (MPF) encaminhou nesta segunda-feira (10) um ofício para a Casa Civil da Presidência da República questionando se a crise está sendo tratada.
Os afegãos começaram a chegar aos aeroportos do Brasil em agosto do ano passado, quando o governo brasileiro ofereceu vistos temporários para acolher os refugiados do Talibã, que havia retomado o pode do Afeganistão no mesmo mês. Desde então, o Ministério das Relações Exteriores já autorizou 6.299 vistos.
Sem conseguir vagas em abrigos, muitos afegãos estão usando o aeroporto como moradia temporária, o que tem preocupado o MPF, que especula que o número destes refugiados chegando ao Brasil ainda pode quadruplicar.
No momento, o Itamaraty afirma que há 825 pessoas apenas na embaixada em Islamabad, Paquistão, aguardando entrevistas para solicitarem vistos de vinda ao Brasil.
No ofício encaminhado, o MPF questiona se a presidência adotará medidas semelhantes as usadas na Operação Acolhida, realizada em 2018 para receber os refugiados Venezuelanos, última grande crise imigratória que o Brasil vivenciou. Na época, a operação foi dividida em três pilares: ordenamento da fronteira, abrigamento/acolhimento das famílias e interiorização dos imigrantes.
Caso a presidência responda que está lidando com a questão, o MPF solicitou um relatório com as medidas adotas. Caso não esteja lidando, o ministério quer saber o que está sendo feito.