Gilvandra de Paula, de 42 anos, morta a tiros pelo ex-marido, de 26, durante um velório, solicitou medidas protetivas contra o homem há quase 1 ano em Três Lagoas, cidade a 323 quilômetros de Campo Grande. O feminicídio aconteceu na manhã desta quinta-feira (21) e o suspeito foi preso.
A vítima havia registrado um boletim de ocorrência em abril de 2023, há quase um ano. Na ocasião, ela solicitou medidas protetivas contra o ex-marido. Conforme o delegado Matheus de Palma, adjunto da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), o relacionamento do casal era marcado por idas e vindas.
“Sempre buscamos tentar quebrar o ciclo de violência. Mas muitas vezes é difícil. Estavam entre idas e vindas. Difícil dizer a atual condição dele”, explica.
O suspeito fugiu e se escondeu em uma casa na Vila Piloto, onde pediu para que o morador ‘sumisse’ com o carro usado no crime. Horas depois, ele foi capturado e preso em flagrante pela PM (Polícia Militar).
Ele foi interrogado e permaneceu em silêncio por orientação do advogado de defesa. O homem passará por audiência de custódia na 1ª Vara Criminal da cidade nesta sexta-feira (22), onde será decidido pelo Juiz se o mesmo será liberado ou permanecerá preso.
Testemunhas que estavam no velório também foram ouvidas pela Polícia Civil.
Ainda segundo o delegado, a vítima deixa uma filha, de 2 anos, fruto do relacionamento com o suspeito do feminicídio. Ela tem outras filhas mais velhas de outros casamentos e familiares na cidade, que devem ficar com a guarda da criança.
“O delegado de polícia responsável pela ocorrência autuou este autor pelo crime de feminicídio e também por este mesmo crime, qualificado para além disso, pela emboscada e o recurso que dificultou e impossibilitou a defesa da ofendida da forma consumada com relação à vítima fatal”, conclui o delegado.
Ele também foi autuado por homicídio qualificado tentado. Se condenado pelos dois crimes, poderá pegar até 50 anos de prisão.
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