CRIME

Pastelaria do RS denuncia racismo de cliente que exigiu ‘motoboy branco’

Em um dos pedidos feito ao estabelecimento, uma cliente escreveu no campo das observações do aplicativo que “eu não gosto de pessoas assim encostando na minha comida”

Pastelaria do RS denuncia racismo de cliente que exigiu 'motoboy branco'
A loja recebeu ofensas de cunho racista escritas por uma cliente (Crédito Foto: Arquivo Pessoal/Daniela Rodrigues)

Uma pastelaria de Campo Bom, no Rio Grande do Sul (RS), denunciou uma cliente por racismo que exigiu um “motoboy branco” para entregar a sua encomenda.

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O fato aconteceu na noite da última terça-feira (14) no município gaúcho. A loja está localizada em Campo Bom e cerca de 90% de seus pedidos são por delivery (entrega em domicílio).

Em um dos pedidos requisitados na terça-feira, uma cliente exigiu que sua entrega fosse feita por um ”motoboy branco”. A mulher escreveu no campo das observações do aplicativo que a “última vez veio um motoboy negro, peço a gentileza que mande um branco, não gosto de pessoas assim encostando na minha comida”.

Daniela Oliveira, a proprietária do local, contou que a ofensa foi para seu marido Gabriel Fernandes da Cunha, seu sócio e que realiza entregas em dias de grande movimento. “Eu estava na cozinha quando saiu aquela nota, eu li e na hora não entendi muito bem”, relata Daniela ao portal UOL.

A dona da pastelaria respondeu para a cliente pela plataforma e entrou em contato com o aplicativo, que forneceu orientações iniciais sobre a denúncia. Na sequência, o esposo de Daniela foi à delegacia para registrar um boletim de ocorrência.

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O síndico do condomínio informado pela cliente disse que o número do apartamento não existe e que não há nenhuma moradora com o nome que constava na plataforma, segundo a Polícia Civil do RS.

A polícia investiga o caso para descobrir de quem é a autoria do crime. “Se a intenção foi ofender alguém especificamente, responderá pelo crime de injúria racial. Se foi para discriminar um grupo de pessoas em razão da cor da pele, então deve responder por um dos tipos penais de racismo”, explicou o delegado Rodrigo Camara, que garantiu tratar o caso como prioridade.

A rede de pastelaria prestou solidariedade à franquia da cidade, comandada pelo casal. ”Tamanha agressão não passará impune”, escreveu.

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