A Polícia Civil prendeu a funcionária Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme, por suspeita de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados. A prisão ocorreu em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, neste domingo (20).
Funcionária suspeita
Recentemente, uma investigação complexa foi engendrada pela Delegacia do Consumidor (Decon) para desmantelar um esquema de emissão de laudos falsos que ganhou notoriedade por suas graves consequências. Este caso envolve o Laboratório PCS Saleme, localizado em Belford Roxo, onde foram identificadas práticas irregulares que resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados. A coordenadora técnica do laboratório, Adriana dos Anjos, figura central nas investigações, foi detida sob suspeita de ordenar cortes no controle de qualidade dos testes para economizar custos.
De acordo com os depoimentos colhidos, incluindo o do técnico de laboratório Ivanilson Santos, preso anteriormente, a redução no controle de qualidade foi uma decisão administrativa que visava cortar gastos. A política implementada alterou a frequência das análises das amostras, que passaram de um regime diário para semanal, comprometendo a precisão dos resultados.
Controle de qualidade
A detecção precoce de doenças e a precisão dos diagnósticos dependem fortemente de um rigoroso controle de qualidade nos laboratórios clínicos. Quando este controle é negligenciado, a margem para erros se amplia significativamente, comprometendo a saúde de inúmeros pacientes.
No caso do Laboratório PCS Saleme, a decisão de realizar testes menos frequentes expôs pacientes transplantados ao risco de receber diagnósticos imprecisos, culminando em casos de contaminação por HIV, o que acendeu o alarme sobre práticas laboratoriais inadequadas.
Adriana dos Anjos declarou-se inocente das acusações durante seu depoimento, enquanto outras duas pessoas também foram chamadas para esclarecer os fatos na sede da Decon. Essa operação, denominada “Operação Verum”, previu o cumprimento de várias ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, além do mandato de prisão executado.
Medidas tomadas pelas autoridades
Em resposta às denúncias e às implicações dos laudos falsos, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) tomou a iniciativa de desmembrar a investigação original e instaurou um novo inquérito para revisar como o Laboratório PCS Saleme foi contratado.
Esta ação visa não apenas responsabilizar os envolvidos diretamente nos falsos diagnósticos, mas também dissecar o processo de contratação, a fim de identificar possíveis falhas que possam ter contribuído para esta crise de saúde pública. A operação continua solicitando a cooperação do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), que desempenha um papel crucial nas investigações em curso.
🚔 | Laboratório PCS Saleme já emitiu dezenas de testes errados para HIV, diz Ministério Público. #ttsnews pic.twitter.com/FVfo2Iavtc
— TTs Brasil: News 📰 (@TTsBrasilNews) October 19, 2024