SPTrans

Quem são os dirigentes de empresas de ônibus presos por suposto envolvimento com o PCC?; saiba mais

Suspeitos já foram acusados de participações em atividades da facção anteriormente

Quatro dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, que operam em São Paulo, foram presos em uma operação do Ministério Público (MP) nesta terça-feira (9).
Uma das empresas geria quase 150 linhs de ônibus – Créditos: Transwolff/Divulgação

Quatro dirigentes das empresas de ônibus Transwolff e UPBus, que operam em São Paulo, foram presos em uma operação do Ministério Público (MP) nesta terça-feira (9).

Publicidade

A ação incluiu 52 mandados de busca e apreensão e envolve suspeitas de conexão com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação, envolvendo Polícia Militar, Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), visa combater abusos de poder econômico.

Entre os detidos estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco e Robson Flares Lopes Pontes, ambos da Transwolff. Houve ainda a prisão de Joelson Santos da Silva e Elio Rodrigues dos Santos. Este último não possuía mandado, mas foi preso em flagrante por porte de armas.

A investigação aponta que as empresas eram usadas para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e outros crimes pelo PCC. Suspeitas de infiltração do crime organizado no transporte público de São Paulo datam desde os anos 1990, quando parte do sistema era operada por perueiros clandestinos.

Em 2003, a prefeitura transferiu a operação para empresas privadas, incluindo a Cooperpam, que foi posteriormente substituída pela Transwolff. Os dirigentes da cooperativa foram acusados de pressionar cooperados a transferir o controle da empresa para a Transwolff, além de se apropriarem de parte de sua remuneração.

Publicidade

Quem são os dirigentes presos?

Luiz Carlos Efigênio Pacheco, conhecido como Pandora, é dono da Transwolff, que, desde 2019, possui um contrato com a SPTrans, válido por 15 anos, para fornecer os veículos públicos utilizados na capital. Só em 2023, a companhia recebeu um repasse da prefeitura de quase R$ 750 milhões para operar 147 linhas.

Não é o primeiro suposto envolvimento de Pandora com a facção. Em 2006, um processo correu na Justiça, acusando-o de ter ajudado no resgate de um preso ligado ao PCC, além de citá-lo em práticas de de roubo e formação de quadrilha.

Em 2020, o empresário doou R$ 75 mil à campanha do candidato a vereador Antonio Donato (PT), atual coordenador da pré-campanha de Guilherme Boulos à prefeitura, com a premissa de “doar para um candidato da oposição”. “Referida doação foi feita de forma legal e devidamente registrada, junto à Justiça Eleitoral, na minha campanha de reeleição a vereador”, justificou Donato ao Globo.

Publicidade

Publicidade

Dirigente da Transwolff, Robson Flares Lopes Pontes já foi processado por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo em 2016. O terceiro nome vinculado à empresa é Joelson Santos da Silva, chefe de uma empresa de contabilidade.

Há um quarto nome procurado, Silvio Luis Ferreira, conhecido como Cebola. O chefe da UPBus, que opera majoritariamente na Zona Leste da capital, está foragido. Considerado um dos maiores nomes do PCC em liberdade, ele já foi flagrado com 500 kg de maconha e, de acordo com o DENARC, era cotado para chefiar a quadrilha nas ruas.

Interventores

O MP ordenou o congelamento de contas de companhias ligadas à Transwolff e UPBus, com ativos somados em R$ 600 milhões. Ainda, demandou que a SPTrans assuma as linhas controladas pelas empresas de ônibus.

Publicidade

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, nomeou o diretor de planejamento da SPTrans, Valdemar Gomes de Melo, como interventor da Transwolff, assim como Wagner Chagas Alves, diretor de operações da estatal, no cargo da UPBus. “Essa intervenção evidentemente será durante o período de investigação. O que a gente não vai permitir é descontinuidade das operações”, disse Nunes.

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.