ENTENDA

Rio Branco: Correios fazem anúncio de greve ambiental

Segundo pesquisadora, a principal origem da fumaça vem do preparo de pastagens. Além disso, incêndios florestais estão contribuindo significativamente para a poluição

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Ar de Rio Branco – Créditos: Secom-AC

Nesta semana, a qualidade do ar em Rio Branco, capital do Acre, se deteriorou drasticamente. Segundo a plataforma suíça IQAir, a concentração de partículas no ar chegou a 480 μg/m³, 32 vezes acima do limite aceitável pela Organização Mundial da Saúde. Esse nível é alarmante e igual ao obtido pelo software Purple Air.

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Diante dessa situação crítica, servidores públicos entraram em greve ambiental, reivindicando a disponibilização de máscaras N95 para proteção durante o expediente. A medida visa preservar a saúde dos trabalhadores que se sentem em risco devido à alta poluição.

Rio Branco amanheceu coberta por uma densa fumaça na sexta-feira (20), tornando-se a cidade mais poluída do Brasil, conforme indicam os levantamentos da IQAir e Purple Air. Essa situação se refletiu na suspensão das aulas em escolas para preservar a saúde de alunos e professores.

Por que a qualidade do ar em Rio Branco está tão ruim?

Segundo a pesquisadora Sonaira Silva, da Universidade Federal do Acre (Ufac), ao g1, a principal origem da fumaça vem do preparo de pastagens. Além disso, incêndios florestais estão contribuindo significativamente para a poluição.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Acre registrou 2.688 focos de queimadas em setembro, 87% do total do mesmo mês em 2023. Historicamente, anos de seca intensa e queimadas como 1987, 1998, 2005 e 2010 apresentaram picos, mas o atual cenário pode ser o pior já registrado.

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Uma possível solução sugerida pela professora Sonaira é a reavaliação do “calendário do fogo”. Desde 25 de julho, autorizações para o uso controlado do fogo estão suspensas pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac). No entanto, muitos produtores rurais dependem das queimadas como ferramenta agrícola.

A especialista destaca que o uso do fogo continuará sendo comum devido às limitações tecnológicas dos produtores. Portanto, é crucial adaptar o calendário de queimadas, especialmente durante épocas de seca extrema, para minimizar os riscos de incêndios descontrolados.

Por fim, é fundamental que as autoridades tomem medidas para melhorar a qualidade do ar e proteger a saúde dos moradores. A greve ambiental dos servidores e a suspensão das aulas são passos iniciais, mas o combate às causas das queimadas exige uma abordagem abrangente e sustentada.

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Acompanhe as atualizações sobre a situação ambiental no Acre e as medidas adotadas para mitigar os impactos na saúde pública.

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