seca na região

Rio Negro pode registrar mínima histórica em Manaus

Em várias partes da Bacia do Amazonas, os rios estão abaixo da normalidade para a época do ano. Em algumas áreas, as cotas já atingiram os níveis mais baixos da história

Rio Negro pode registrar mínima histórica em Manaus
Rio Negro atingiu 13,73 metros, a 4ª menor marca – Créditos: Bruno Zanardo/Getty Images

O Rio Negro pode registrar uma mínima histórica em Manaus na próxima semana, com previsão de ficar abaixo dos 12 metros, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Na última sexta-feira (27), o rio atingiu 13,73 metros, a 4ª menor marca em mais de um século de medições hidrológicas, iniciadas em 1902.

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As informações sobre a situação na Bacia do Rio Amazonas foram apresentadas no 39º Boletim de Monitoramento do SGB, divulgado na Sala de Crise da Região Norte, promovida pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Esse relatório detalha as condições alarmantes que estão sendo observadas na região.

Seca no Rio Negro

“As descidas estão muito acentuadas em Manaus e, se continuar com essa média de descida de 19 cm por dia, em uma semana poderemos ultrapassar a marca histórica – que é de 12,7 m registrada em 2013 – e, nas próximas semanas, o Rio Negro pode ficar abaixo dos 12 m”, alertou ao g1 o pesquisador em geociências Artur Matos, coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico do SGB.

Segundo Matos, o Rio Negro pode permanecer abaixo da cota de 16 metros em Manaus por mais dois meses, com base nas observações do ano passado, que se assemelham ao cenário atual. Esse padrão de queda nas águas indica uma crise hídrica que pode ter impactos graves em toda a região.

Como a seca afeta a região?

Em várias partes da Bacia do Amazonas, os rios estão abaixo da normalidade para a época do ano. Em algumas áreas, as cotas já atingiram os níveis mais baixos da história devido a seca, afetando diretamente a vida dos ribeirinhos e a operação dos restaurantes flutuantes. Na última sexta-feira (27), foram registradas as seguintes mínimas históricas:

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  • Rio Solimões em Itapéua: 37 centímetros
  • Rio Solimões em Fonte Boa: 7,38 metros
  • Rio Purus em Beruri: 4 metros

O Rio Solimões, em Manacapuru, também pode registrar uma mínima histórica nos próximos dias. A cota atual é de 3,47 metros, a segunda menor da história, atrás da marca de 3,11 metros de 2023. Estas marcas demonstram a severidade da situação atual.

Consequências da seca prolongada

O impacto vai além dos números. Em 1º de setembro, o Rio Negro apresentava um nível de 19,73 metros. Desde então, as águas têm diminuído significativamente. Em comparação, em 27 de setembro de 2023, o rio registrou 16,41 metros e, neste ano, o nível já caiu para 13,73 metros, 2,68 metros abaixo. Veja o gráfico abaixo para uma visualização mais clara desta diminuição.

Essa situação está afetando gravemente a vida de aproximadamente 560 mil pessoas no Amazonas. A escassez de água influencia desde a navegação até o abastecimento básico, criando um cenário de emergência para as comunidades locais. Adicionalmente, há um déficit na produção agrícola e na pesca, atividades essenciais para a subsistência da população ribeirinha.

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