relatório Trimestral

Seca extrema atingiu 42 territórios indígenas em julho, diz Coiab

O documento, que destaca um cenário de aridez severa, será detalhado na Semana do Clima em Nova York, evento que ocorre de 22 a 29 de setembro de 2024

A seca extrema afetou, somente em julho deste ano, 42 territórios e 3 mil domicílios indígenas, além de 15 povos originários.
Relatório será detalhado na Semana do Clima em Nova York – Crédito: Fernando Frazão/Agência Brasil

A seca extrema afetou, somente em julho deste ano, 42 territórios e 3 mil domicílios indígenas, além de 15 povos originários, sendo um deles isolado. Esses são alguns dos dados destacados no relatório Amazônia à Beira do Colapso – Boletim Trimestral da Seca Extrema nas Terras Indígenas da Amazônia Brasileira, da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).

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O documento, que destaca um cenário de aridez severa, será detalhado na Semana do Clima em Nova York, evento que ocorre de 22 a 29 de setembro de 2024. O relatório também aponta que a seca prejudicou o funcionamento de 110 escolas e 40 unidades de saúde dentro dos territórios.

Situação crítica da seca extrema

O Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostra que o fenômeno de seca extrema começou a se intensificar gradualmente desde maio de 2024. Em estados como Maranhão, Pará e Tocantins, a seca passou de moderada para grave em janeiro.

Em janeiro, já identificava-se seca excepcional nos estados de Mato Grosso e Rondônia. De maio para agosto, as áreas escuras do mapa, que indicam seca grave, extrema ou excepcional, começaram a se multiplicar perigosamente.

A Amazônia Legal, composta pelo Acre, Roraima, Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e o Amazonas, é a mais afetada pela seca extrema. A equipe do Monitor de Secas faz um breve exame separado por estados, revelando impactos de longo prazo, além dos de curto prazo.

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No Amazonas, por exemplo, a situação é particularmente crítica, com rios alcançando níveis historicamente baixos em várias regiões. Além disso, é alarmante constatar que nove dos afluentes da Bacia do Rio Acre estão em alerta máximo.

Qual a situação dos rios na Amazônia?

A seca extrema também afeta severamente os rios da região. O rio Iaco, no município de Sena Madureira, no Acre, atingiu o nível de 30 centímetros, o menor de sua história. Este cenário é preocupante, pois a segunda menor cota foi registrada recentemente, com 31 centímetros.

  • Rio Madeira
  • Rio Iaco
  • Bacia do Rio Acre
  • Rio Branco
  • Porto Acre

Esses rios e seus respectivos afluentes estão sob alerta constante devido à gravidade da situação de seca extrema na região.

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Qualidade do ar e impactos na saúde e educação

Além dos efeitos diretos na disponibilidade de água, a seca extrema também impacta a qualidade do ar. Cidades como Rio Branco e Porto Acre têm registrado qualidade de ar péssima, o que agrava problemas respiratórios e outras condições de saúde.

No âmbito educacional, o funcionamento de 110 escolas tem sido prejudicado. Quanto à saúde, 40 unidades de saúde enfrentam dificuldades devido à falta de água e ao forte impacto na qualidade de vida das comunidades indígenas.

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