Moradores de Porto Velho, Rondônia, enfrentam uma situação crítica com a seca extrema que tem afetado a região. Conceição, uma moradora próxima ao Igarapé, expressa sua angústia: “[O igarapé] Secou pra gente que é humano, para os peixes e pros bichos. Pássaro, capivara, macaco: tudo vai beber água no igarapé e aí como está seco eles estão sofrendo do mesmo jeito que a gente está sofrendo”.
A seca transformou o igarapé em um cenário devastador. O local, antes utilizado por Conceição e sua família para atividades diárias e momentos de lazer, agora se parece com um verdadeiro cemitério de peixes. A tristeza é visível na comunidade. Cláudio Uchoa, também morador da região, relata: “A minha reação foi de tristeza, de muita tristeza, de ver eles morrendo e eu não ter o que fazer pra salvar eles”.
A seca no Igarapé: um problema sério
Segundo a Defesa Civil Municipal, este não é um caso isolado. A seca tem impactado várias comunidades ribeirinhas, lagos e igarapés em Rondônia. De acordo com Anderson Luiz, gerente de operações da Defesa Civil, “O que está acontecendo? Falta de oxigênio na água, temperatura muito alta e eles não sobrevivem. Isso não só aqui, em outras regiões e vai acontecer mais ainda porque o rio Madeira continua baixando”.
As comunidades ribeirinhas, como a de Maravilha, não têm acesso à água encanada e dependem totalmente do igarapé e de um lago para realizar atividades básicas como cozinhar, lavar roupas e se banhar. Cláudio Uchoa, que mora na beira do lago há 45 anos, nunca viu uma situação tão crítica. “Eu moro aqui na beira desse lago há 45 anos e eu nunca tinha visto essa situação que nós estamos vivendo agora [de seca].
A cidade de Porto Velho está há três meses sem chuvas significativas. Segundo o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), os baixos níveis dos rios são registrados por dois motivos principais: um período de cheia abaixo da média e uma seca severa e antecipada. No ano de 2024, julho e julho foram os piores meses em quase 60 anos.