Em 2035, os carros voadores da Embraer devem ter uma demanda de 12,7 milhões de passageiros por ano nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Essa foi a estimativa divulgada na quinta-feira (10) pela subsidiária Eve Air Mobility (Eve), responsável pela fabricação dos veículos.
A expectativa foi apresentada junto a outros dados por meio de uma parceria de Eve com a empresa de logística DHL Supply Chain, para planejar a cadeira de suprimentos de peças da aeronave, conforme informações do portal g1. A operação dos veículos e dos terminais será feita por empresas parceiras.
Os carros são, na verdade, aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL, na sigla em inglês), e a primeira fábrica ficará na cidade de Taubaté, em São Paulo. Os equipamentos devem começar a operar comercialmente a partir de 2026 na capital paulista.
Segundo executivos da Eve, para que o carro voador entre em operação, será necessário flexibilizar as regras atuais que focam em helicópteros. A subsidiária da Embraer também estimou a quantidade de eVTOLs e de vertiportos – como são chamados os pontos de chegada e partida dos eVTOLs – bem como uma média da quantidade de rotas e a expectativa de receita.
Em São Paulo:
- eVTOLs: de 50 a 70 em 2026; 450 em 2035
- Passageiros: 900 mil por ano em 2026; 8,2 milhões por ano em 2035
- Vertiportos: 8 em 2026; 36 em 2035
- Rotas: mais de 200 em 2035
- Receita: US$ 410 milhões (R$ 2 bilhões) em 2035
No Rio de Janeiro:
- eVTOLs: de 25 a 35 em 2026; 245 em 2035
- Passageiros: 400 mil por ano em 2026; 4,5 milhões por ano em 2035
- Vertiportos: 6 em 2026; 30 em 2035
- Rotas: mais de 100 em 2035
- Receita: US$ 220 milhões (R$ 1 bilhão) em 2035
Embora a aeronave seja chamada popularmente de carro voador, a Eve reforça que os eVTOLS não seguirão o modelo de carros particulares, que podem ser comprados por qualquer pessoa. Na prática, as aeronaves farão parte de um sistema similar ao de aplicativos como Uber e 99.
O co-CEO da subsidiária, André Stein, explica que serão “operações estruturadas de vertiportos conhecidos para outros vertiportos conhecidos, com operadoras que também são certificadas. Não é a ideia que tenha um foco em uso pessoal“.