PALEONTOLOGIA

Cientistas encontram fóssil de réptil que viveu antes dos dinossauros no Brasil

A espécie Gracilisuchidae nunca havia sido vista no país, e apenas outros três já foram descobertos ao redor do mundo

A espécie de réptil Gracilisuchidae nunca havia sido vista no país, e apenas outros três já foram descobertos ao redor do mundo.
Os fósseis foram encontrados na região sul do país – Créditos: Rodrigo Temp Müller

A pesquisa paleontológica brasileira ganhou destaque com a recente descoberta de uma nova espécie de réptil, o Gracilisuchidae, que viveu antes dos dinossauros, na região sul do país. Conduzido pelo paleontólogo Rodrigo Temp Müller, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o estudo foi publicado na revista Scientific Reports, nesta quinta-feira (20).

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O paleontólogo e sua equipe se depararam com o fóssil em uma região antes inexplorada para vestígios deste tipo, já que este grupo animal só havia sido encontrado na China e na Argentina. O animal foi encontrado na Argentina ainda em outubro de 2020. Veja:

O exemplar pertence a uma espécie totalmente nova, denominada Parvosuchus aurelioi, em homenagem a Pedro Lucas Porcela Aurélio, o cientista que descobriu o material.

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Este ancestral dos crocodilos destacou-se por várias razões. Primeiramente, atingia cerca de 1 metro de comprimento, um tamanho relativamente pequeno comparado aos seus contemporâneos. Além disso, o fóssil do réptil foi descoberto praticamente completo, incluindo o crânio, parte da coluna vertebral, a cintura pélvica e membros posteriores.

Qual a importância da descoberta do réptil para a ciência?

A descoberta do Parvosuchus aurelioi é um marco para o entendimento dos ecossistemas e cadeias alimentares pré-históricas, que existiram antes dos dinossauros, no Período Triássico, cerca 247 e 237 milhões de anos atrás. A presença deste grupo no Brasil sugere uma distribuição muito mais ampla desses répteis do que se supunha anteriormente.

O estudo ainda está em seus estágios iniciais, mas o potencial para novas descobertas é vasto. Os pesquisadores continuam a analisar o material recolhido e esperam encontrar mais dados que possam esclarecer não apenas sobre a vida deste pequeno predador, mas também sobre o ambiente em que ele viveu.

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O entusiasmo de Müller sobre o projeto é palpável. “Esta descoberta não apenas destaca a importância da paleontologia no Brasil, mas também prova que ainda há muito o que aprender sobre a nossa pré-histórica biodiversidade“, afirma ele.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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