
Na nossa galáxia, a Via Láctea, existem planetas com densidades que indicam a possibilidade de terem uma superfície sólida semelhante à da Terra, os exoplanetas rochosos. Para estimar sua temperatura e verificar as chances de abrigar vida como na Terra, cientistas brasileiros aplicaram um modelo, desenvolvido pelo próprio grupo de pesquisadores, que considera aspectos como o tamanho e a forma da órbita, a radiação refletida na superfície e a existência de atmosfera.
A pesquisa concluiu que os exoplanetas analisados são compatíveis com temperaturas amenas e a presença de água líquida. Ao mesmo tempo, o estudo verificou que as maiores variações de temperatura acontecem em planetas com órbitas excêntricas, de formato diferente do circular, e as menores acontecem quando a atmosfera é mais espessa.
De acordo com Raquel Farias, exoplanetas rochosos são aqueles que possuem uma superfície sólida, como a Terra, e provavelmente apresentam em sua composição rochas e silicato (compostos de oxigênio e silício), e a presença de uma superfície sólida é interessante do ponto de vista da astrobiologia (área de pesquisa científica que estuda a vida no Universo, origem, evolução, distribuição e futuro, em conexão com o ambiente astronômico), pois indica que o planeta pode abrigar grandes corpos de água líquida. “O interesse por planetas rochosos está justamente no potencial de serem semelhantes à Terra e, assim, terem a possibilidade de abrigar vida, como ocorre no nosso planeta”, ressalta.
“O nosso maior objetivo é desenvolver métodos para descobrir planetas e luas habitáveis fora do Sistema Solar”, afirma a pesquisadora. “Em particular, o trabalho buscou modelar a temperatura de exoplanetas reais e hipotéticos e exoluas hipotéticas ao longo de vários períodos orbitais, para averiguar se eles apresentariam condições de temperatura que permitiriam condições de habitabilidade”.