
No dia 24 de fevereiro de 2022, as sirenes de Kiev, capital da Ucrânia, soavam, avisando a população sobre uma invasão russa em territórios ucranianos. Pouco antes, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, discursava e anunciava um “operação militar especial” que “efetivamente declara[va] uma guerra com a Ucrânia”.
Inicialmente, a resposta internacional, principalmente ocidental, foi de incondicional apoio aos ucranianos. O futuro não parecia promissor para a Rússia, que estava ameaçada de isolamento mundial. Entretanto, dois anos e milhares de vidas depois, reservas militares e humanitárias na Ucrânia encontram-se em níveis críticos e a supremacia russa parece imbatível.
“Há um pequeno prospecto de ganho territorial ucraniano no campo de batalha. E há um risco significativo de que a Ucrânia exauste seu contingente e munições, o que a deixaria aberta para um contra-ataque devastador da Rússia”, dizem Anatol Lieven e George Beebe, analistas do Instituto Quincy.
“Since Russia’s full-scale invasion of Ukraine, we have had
two years of fighting,
two years of suffering,
two years of stoking global tensions and straining global relations.”— @antonioguterres tells Security Council it is high time for a just peace. https://t.co/zqqQ8wCGYw pic.twitter.com/4DZiz7HIEw
— United Nations (@UN) February 23, 2024
Números
Os dados sobre a guerra são conflitantes. De acordo com o um levantamento feito por órgãos estadunidenses de defesa, 315,000 soldados russos morreram ou se feriram nos combates. Do outro lado, o órgão calcula 70.000 vítimas fatais ucranianas e cerca de 100.000 feridos. Já o Ministério de Defesa da Rússia alega que 383.000 ucranianos perderam a vida ou ficaram feridos.
Do lado civil, as Nações Unidas estimam que mais de 10 mil não-militares tiveram suas vidas ceifadas pela guerra. Mais de seis milhões de ucranianos já se refugiaram internacionalmente, enquanto que 3,7 milhões se deslocaram domesticamente.
De acordo com o site Statista, o gasto militar da Ucrânia aumentou quase dez vezes em 2022, totalizando US$ 44 bilhões. Além disso, durante os dois anos de combate, só os Estados Unidos liberaram cerca de US$ 113 bilhões à Ucrânia, além de milhares de veículos de guerra.