Abono salarial pode deixar de ser vinculado à carteira assinada

Reformas governamentais visam modernizar benefícios sociais. Abono salarial e seguro-desemprego podem ter critérios alterados

Rio de Janeiro concede aumento no salário mínimo para 2025
Rio de Janeiro concede aumento no salário mínimo para 2025 – Créditos: depositphotos.com / Mehaniq

No último ano, o governo brasileiro tem explorado diversas alternativas para revisar despesas e implementar cortes estruturais. Entre as principais medidas estão a reavaliação de benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), abono salarial e seguro-desemprego. A meta do governo vai além do mérito fiscal, buscando tornar as políticas públicas mais eficientes e justas, além de fomentar a competitividade da economia.

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A equipe econômica está atenta a esses auxílios, mas reconhece a necessidade de diálogos mais profundos com o Ministério do Trabalho para concretizar as reformas desejadas. Essas mudanças são avaliadas como necessárias para oferecer uma cobertura mais inclusiva e equitativa aos trabalhadores brasileiros.

O que é o Abono Salarial?

O abono salarial, conhecido como abono do PIS/Pasep, consiste em até um salário mínimo anual para trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos mensais. A proposta em estudo sugere desvincular o benefício da carteira assinada, adotando a renda per capita familiar como critério, conforme o modelo do Bolsa Família.

Pergunta-chave: por que mudar o critério do abono salarial?

De acordo com Sérgio Firpo, secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Ministério do Planejamento, o trabalhador com carteira assinada já dispõe de maiores garantias comparado aos que estão na informalidade. Além disso, o sistema atual permite que uma mesma família receba múltiplos abonos, algo que se deseja corrigir.

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Por que o Abono Salarial pode deixar de ser vinculado à carteira assinada?

Firpo argumenta que, com metade dos trabalhadores brasileiros na informalidade, políticas sociais vinculadas à carteira assinada acabam beneficiando aqueles em condições relativamente melhores. A ideia é redirecionar o abono a quem realmente precisa, utilizando a renda per capita familiar como um critério mais justo.

Ele exemplifica com uma família de três pessoas, onde duas recebem até dois salários mínimos, totalizando até R$ 5.648 mensais. Com uma renda per capita próxima de R$ 2 mil, essa família está entre os 40% mais ricos do país, tornando questionável o recebimento do abono.

Quais são as mudanças no Seguro-Desemprego?

Outra análise feita pelo governo diz respeito ao seguro-desemprego. Atualmente, o benefício e a multa de 40% sobre o FGTS em demissões sem justa causa acabam desincentivando a permanência no emprego, especialmente em tempos de crescimento econômico.

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Pergunta-chave: por que revisar o seguro-desemprego e a multa do FGTS?

Firpo esclarece que esses instrumentos de proteção, quando combinados, tornam-se vantajosos para o trabalhador ao ponto de ele preferir ser demitido do que buscar manter o emprego. Esse fenômeno é único ao Brasil, onde o seguro-desemprego tende a aumentar conforme a economia cresce e mais postos de trabalho são abertos.

  • O seguro-desemprego e a multa do FGTS são proteções para o trabalhador em demissões sem justa causa.
  • Essa sobreposição pode desestimular a permanência no emprego durante períodos de crescimento econômico.
  • O seguro-desemprego é menos acionado por trabalhadores mais pobres, algo que precisa ser revisado e ajustado.

Essas ações, abono salarial e seguro-desemprego, representarão um gasto de R$ 87,5 bilhões no próximo ano, um aumento em relação aos R$ 81,5 bilhões previstos para este ano. O desafio do governo é equilibrar essa equação para que as políticas públicas sejam sustentáveis e justas, beneficiando realmente aqueles que mais necessitam.

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Em resumo, as reformas propostas visam a modernização dos benefícios sociais no Brasil, focando em critérios mais inclusivos e realistas, sempre com a intenção de fomentar uma economia mais justa e competitiva. O diálogo contínuo com o Ministério do Trabalho será fundamental para que essas medidas sejam implementadas de forma efetiva e benéfica para a sociedade.

Quais os próximos passos para essas reformas?

  • Diálogo contínuo entre Ministério do Planejamento e Ministério do Trabalho.
  • Análise e revisão dos critérios atuais dos benefícios sociais.
  • Discussão com diversas partes envolvidas para garantir uma implementação inclusiva.

Esses passos serão essenciais para garantir que as reformas sejam bem-sucedidas e que maximizem o impacto positivo na vida dos trabalhadores e na economia do país.

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