O dólar comercial à vista fechou em alta de 0,27% em relação ao real nesta sexta-feira (24), se descolando do movimento da moeda no exterior e fechando a R$ 5,16. O Ibovespa fechou em baixa de 0,34% aos 124.305 pontos. Na semana o índice da B3 acumulou queda de 3%.
A alta da cotação ocorreu após as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre inflação e política fiscal.
Campos Neto disse que as expectativas de inflação têm sido uma “má notícia” para a autoridade monetária, ressaltando que dados recentes também indicam uma piora na percepção de risco relacionada ao Brasil. Esse foi o estopim para o dólar começar a subir no início da tarde.
O presidente do BC alertou que a inflação pode aumentar devido à alta de preços dos alimentos, causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e por outros fatores.
“Conversando com os economistas, temos previsões entre 2% e 4%. Se você começa a pensar que, por causa do Rio Grande do Sul, o preço dos alimentos vai ser um pouco mais alto, você tem um número que pode ser um pouco maior.”, afirmou, em palestra na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Apresentação do Presidente Roberto Campos Neto em seminário do FGV IBREhttps://t.co/fICAXUhY8W
— Banco Central BR (@BancoCentralBR) May 24, 2024
Movimento do dólar no exterior
Já no mercado externo, a divisa perde força. O índice DXY, que mede a cotação do dólar em relação a uma cesta ponderada de seis moedas fortes, operava com queda de 0,37%, para 104,422. No entanto, o dólar está a caminho de seu maior aumento em uma semana desde meados de abril, uma vez que dados econômicos surpreendentemente fortes nos EUA deixaram os mercados nervosos quanto às perspectivas para a inflação e as taxas de juros.
Os números de maio mostraram que a atividade empresarial nos EUA acelerou para o nível mais alto em pouco mais de dois anos, provocando uma retração nas expectativas de corte das taxas de juros nos EUA e um aumento nos rendimentos dos Treasuries.
A ata da última reunião do Fed publicada na quarta-feira mostrou um debate vivo entre os integrantes do BC dos EUA sobre se as taxas atuais eram suficientemente restritivas para arrefecer a inflação. Os traders adiaram o momento do primeiro corte da taxa do Fed para dezembro, com apenas 36 pontos base de cortes previstos para 2024, abaixo dos 50 pontos base há uma semana.