As recentes enchentes no Rio Grande do Sul provocaram uma situação alarmante não apenas em termos humanitários, mas também financeiros. A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) reporta que os sinistros acionados já somam um impacto estimado em R$ 1,673 bilhão. Este valor, entretanto, deve crescer conforme mais segurados reivindicarem seus direitos.
Como as seguradoras estão lidando com o elevado número de sinistros?
A crise atual se destaca como uma das maiores já registradas em termos de indenizações por um único evento no Brasil, conforme informado por Dyogo Oliveira, presidente da CNseg. A comparação com outros grandes eventos, como a pandemia de Covid-19, ainda está em análise. Porém, é evidente o severo impacto financeiro direto das enchentes, especialmente em apólices de automóveis e residenciais.
Qual o impacto material mais significativo até agora?
Até o momento, os dados levantados mostram que o maior impacto material se deu em apólices de automóveis, totalizando 8.216 sinistros com um custo estimado de R$ 557,4 milhões. Porém, os seguros residenciais e habitacionais também reportaram um grande volume de sinistros, chegando a 11.396 com um custo potencial de R$ 239,2 milhões. Apesar dos altos custos, o setor de seguros se mostra resiliente, mantendo reservas robustas para cobrir os danos.
Quais medidas as seguradoras tomaram frente à tragédia das enchentes?
Com o objetivo de amenizar o peso para os segurados, a CNseg informou que o vencimento das apólices na região foi prorrogado. Além disso, algumas indenizações estão sendo concedidas rapidamente, sem a necessidade de averiguações prolongadas, facilitando o processo para aqueles em condições críticas.
Os números ainda podem crescer, e as estatísticas finais só serão conhecidas após a totalidade dos sinistros serem avaliados e processados. Importante ressaltar que, apesar do momento exigir grande desembolso por parte das seguradoras, o setor está preparado para cobrir os prejuízos, assegurando suporte aos seus clientes em um momento de extrema necessidade.
As enchentes no Rio Grande do Sul deixaram um rastro de destruição que afetou diretamente a vida de 21,5% da população do estado, impactando 95% das cidades. A resposta das seguradoras não só testa a robustez financeira do setor, mas também a eficácia das políticas atuais de gestão de crises.