
O Tribunal de Justiça de Hong Kong decretou a falência da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande nesta segunda-feira (29). Linda Chan, juíza encarregada do processo, destacou que a companhia não apresentou uma proposta viável de reestruturação após mais de dois anos de dívida internacional e várias audiências judiciais.
As ações da incorporadora, que tem mais de US$ 300 bilhões de dívida total, caíram 21% na manhã desta segunda-feira, antes de terem a negociação interrompida. Em 12 meses, a Evergrande perdeu 90% do valor de mercado.
A empresa vinha trabalhando em um plano de reestruturação de dívida de US$ 23 bilhões com um grupo de credores conhecido como grupo ad hoc de detentores de títulos há quase dois anos. É possível recorrer da ordem de liquidação, mas o processo continuaria enquanto se aguarda o resultado do recurso.
A decisão da Justiça, porém, dá início ao processo de liquidação dos ativos da Evergrande no exterior e a substituição de sua diretoria. O presidente-executivo da empresa nessa região, Shawn Siu, disse que a decisão da justiça é “lamentável” e que os projetos de construção de casas serão entregues.
É possível recorrer da decisão. No entanto, o processo de liquidação continuaria enquanto a companhia aguardasse o resultado do recurso.
A Evergrande surgiu em 1996 e, logo, alcançou a prosperidade no mercado imobiliário. A empresa assina projetos de construção em 280 cidades. Além disso, tem uma subsidiária no mercado de veículos elétricos, uma empresa de mídia e até um parque de diversões.
A expansão da Evergrande, por fim, foi patrocinada por um endividamento sem precedentes. Em suma. tornou-se o maior do setor e com juros rolando acima da capacidade de pagamento.
* Sob supervisão de Lilian Coelho