As ações da Petrobras tiveram uma forte queda ma manhã desta quarta-feira (15). O movimento é consequência da demissão do então presidente Jean Paul Prates na última terça-feira (4). Apesar de o mercado financeiro não ter um histórico impecável com o economista, a notícia gerou temores de interferência política na petrolífera.
A empresa chegou a apresentar uma queda de 8% na ações preferenciais, e perdeu cerca de R$50 bilhões doo seu valor de mercado. O Ibovespa, índice da bolsa de valores brasileira, registra em baixa operação.
Ao mesmo tempo, o dólar já operava em baixa após a divulgação de novos dados sobre a inflação nos Estados Unidos. O Índice de Preços ao Consumidor relatou alta de 0,3% em abril, porcentagem um pouco abaixo da expectativa de especialistas.
Além disso, o presidente do Federal Reserve (equivalente ao Banco Central dos EUA), Jerome Powell, havia dado um discurso semana passada sobre a inflação nos EUA. O banqueiro afirmou que não está tão confiante sobre a diminuição dos preços após uma elevação mais alta que o esperado no primeiro semestre de 2024.
Demissão na Petrobras
Prates foi demitido pessoalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O motivo do afastamento foram os vários embates tidos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, incluindo a discussão da distribuição de dividendos extras. Prates não estaria entregando resultados na velocidade que o governo esperava, de acordo com fontes ouvidas pelo site O Globo.
Magda Chambriard passará a ocupar a posição após a aprovação do pedido enviado para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Engenheira e ex-diretora da Agência Nacional do Petróleo, ela já trabalhou por mais de 22 anos na Petrobras.
Mesmo com uma alta qualificação técnica, a indicação da profissional provocou temores de interferência política na empresa estatal. É o que advertiu Fabio Murad, sócio da Ipê Investimentos, à CNN.
“A troca de comando na Petrobras sinaliza instabilidade para investidores. A substituição, apesar de pacífica, aumenta a incerteza sobre o futuro da empresa. As políticas de Chambriard, sobretudo a de preços, são cruciais para a percepção de risco dos investidores. A mudança abrupta e motivada por pressões políticas pode impactar a confiança na governança”, explicou.