O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro foi de 0,44% e ficou 0,46 ponto percentual acima da taxa de agosto (-0,02%). Até o mês passado, o IPCA acumula alta de 3,31% e, nos últimos 12 meses, de 4,42%, acima dos 4,24% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2023, a variação havia sido de 0,26%.
O impacto dessa mudança foi imediato: a fatura de energia elétrica residencial subiu 5,36%, representando um custo adicional de R$ 4,46 para cada 100 quilowatt-hora consumidos. Este aumento gerou uma pressão significativa sobre a inflação em setembro, contribuindo com 0,27 ponto percentual no índice geral. Mas a energia não foi o único vilão nesse cenário inflacionário.
Elevação da energia elétrica afetou a inflação em setembro
Além do impacto direto na conta de luz, a alta na energia elétrica influenciou outros elementos dentro do setor de Habitação. Os preços do gás de botijão, por exemplo, também aumentaram em 2,40%. Esse fenômeno resulta do efeito em cascata comum no mercado, onde um aumento em um componente essencial, como a energia, pode elevar os custos de produção e operação de múltiplos setores.
Índices como o da taxa de água e esgoto e do gás encanado mostraram variações mais moderadas, de 0,08% e 0,02%, respectivamente. No entanto, esses pequenos aumentos reforçam a pressão sobre os orçamentos domésticos em um cenário já desafiador economicamente.
Quais grupos tiveram a maior alta de preço?
Dos nove grupos analisados pelo IBGE, seis apresentaram altas. O grupo de Alimentação e Bebidas mostrou um avanço de 0,50% influenciado, em grande parte, pela seca que comprometeu diversas culturas agrícolas fundamentais.
No setor de Alimentação, especificamente, o preço de frutas como o limão, mamão e laranja-pera subiram significativamente, com variações de até 30,41% no caso do limão. O aumento no preço das carnes foi também significativo, com uma média de 2,97%, a maior desde dezembro de 2020.
Como o clima seco afeta os preços dos alimentos?
A ausência de chuvas e o clima mais seco prejudicaram a produção agrícola, o que levou a um aumento nos preços dos alimentos. Itens básicos na dieta do brasileiro, como as frutas cítricas e o café, viram seus preços crescerem substancialmente devido à menor oferta provocada pelas condições climáticas adversas.
O grupo de Transportes também teve um aumento, puxado pelas passagens aéreas, que subiram 4,64%. Em contrapartida, combustíveis como a gasolina e o óleo diesel mostraram quedas, o que ajudou a amenizar a inflação geral.
Serviços e itens monitorados
A inflação de serviços desacelerou de agosto para setembro, em parte devido a descontos em cinemas e a reduções em seguros e pacotes turísticos. Em contrapartida, os preços monitorados, que incluem tarifas controladas pelo governo como energia e gás, avançaram significativamente.
Os itens monitorados registraram um aumento de 1,01% no mês, impulsionados pela energia elétrica e gás de botijão, responsáveis por uma parte considerável desse crescimento. Embora a alta tenha sido expressiva, o aumento acumulado em 12 meses desacelerou ligeiramente.
(4/4) No ano, o INPC acumula alta de 3,29% e, nos últimos 12 meses, de 4,09%, acima dos 3,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2023, a taxa foi de 0,11%.
— Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (@ibgeoficial.bsky.social) 8 de outubro de 2024 22:39