O grupo de supermercados espanhol Dia anunciou nesta quinta-feira (14) que decidiu fechar 343 lojas e três centros de distribuição no Brasil. A rede continuará operando, majoritariamente, no estado de São Paulo, com 244 estabelecimentos. Ainda não há uma data para o encerramento das atividades.
De acordo com informações do próprio grupo Dia Brasil, a decisão partiu de uma reestruturação da empresa. O plano de ajuste veio de uma busca por estabilidade da companhia após diversos resultados negativos.
Após o fechamento das lojas, o grupo afirmou que entrará em “análise de alternativas estratégicas para os negócios do Dia Brasil”. Ainda segundo o Dia, a empresa apresenta resultados melhores nas unidades de São Paulo e a “concentração de lojas permite capitalizar a rede logística e a redução de custos”.
Em nota o Dia afirmou que a decisão também está relacionada à reorientação de verba. “Essas medidas possibilitarão destinar os recursos para mercados mais rentáveis e com maior potencial de crescimento para o grupo na Espanha e na Argentina, onde atualmente a companhia conseguiu uma posição relevante com uma estratégia focada na distribuição alimentar de proximidade”.
No Brasil, a empresa teve um prejuízo de 154 milhões de euros (aproximadamente R$ 837 milhões), de acordo com os resultados financeiros apresentados no fim de fevereiro deste ano. Em comparação, na Argentina, o resultado foi positivo em 6 milhões de euros, e na Espanha, de 122 milhões.
“O Brasil tem sofrido uma piora de seus resultados financeiros, afetado por um contexto de mercado de forte competitividade, o que levou a [empresa] ter que fazer grandes investimentos promocionais“, afirma o grupo na nota.
“Levando em consideração o desempenho do Brasil, o Grupo está analisando diversas alternativas estratégicas, com o objetivo de tomar uma decisão em 2024“, finalizou a nota.
O Dia iniciou suas atividades no Brasil em 2001. Já no ano passado, a empresa vendeu 500 unidades em Portugal, o que na época foi justificado com a tentativa de concentração de esforços nos principais mercados.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini