Ao adentrar no Museu de Anne Frank na Argentina, os visitantes são guiados para duas salas de boas-vindas, onde encontram uma linha do tempo que narra a trajetória da jovem e de sua família. Fotografias, documentos e objetos históricos oferecem uma visão rica do Holocausto e dos eventos da Segunda Guerra Mundial. Mas a experiência não para por aí.
O guia leva os visitantes ao primeiro andar, onde uma estante serve como passagem para a grande atração do museu: a réplica exata da “Casa de Atrás”, onde Anne Frank e sua família se esconderam. Este espaço oferece uma imersão única, mostrando as camas, o banheiro e diversos objetos que fazem parte desse momento histórico tão importante.
Museu de Anne Frank: evidências e relíquias históricas
O Museu de Anne Frank foi renovado em comemoração ao seu 15º aniversário, tornando a visita ainda mais envolvente e educativa. Uma das primeiras modificações é visível da janela próxima à entrada do esconderijo: a jardinagem foi modificada para destacar o castanheiro mencionado por Anne em seu diário. “Esse castanheiro cresceu a partir das raízes do mesmo árvore que Anne admirava”, explica Gabriel Miremont, museólogo responsável pelo projeto.
O museu agora também possui uma coluna que expõe quarenta edições distintas do diário de Anne, em múltiplos idiomas, incluindo braile e quadrinhos. “Anne Frank, com suas palavras, sustenta a participação no museu”, afirma Miremont.
Quais são os objetos originais do museu?
Além da réplica do esconderijo, o Museu de Anne Frank incorpora uma série de objetos originais que tornam a visita ainda mais impactante. Héctor Shalom, diretor do museu, destaca:
- Livros utilizados para transportar documentação falsa
- Uma rádio original usada pelo regime nazista para propagandear suas ideologias
- Objetos de Auschwitz que oferecem uma conexão física com o local
- Um rádio clandestino que mostra como as pessoas se comunicavam em segredo
Também há bilhetes, cupons de racionamento de alimentos de 1944 dos Países Baixos, soldadinhos de brinquedo e um álbum das Olimpíadas de Berlim (1936).
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O que aprendemos com a história de Anne Frank?
A visita ao Museu de Anne Frank é dividida em três partes. Primeiro, os visitantes conhecem a vida de Anne no contexto do Holocausto, oferecendo informações vitais. Em seguida, o foco é a emoção, resgatando a humanidade dos protagonistas. Finalmente, o museu propõe uma reflexão sobre os mecanismos e procedimentos do nazismo, relacionando-os com a última ditadura cívico-militar na Argentina.
Essas diferentes abordagens ajudam os visitantes a entender não apenas o passado, mas a importância de evitarmos os erros históricos no futuro.
“A exposição dá conta da crueldade dos nazistas e da dignidade das vítimas”, afirma Shalom. O museu também aborda a resistência, destacando ações heroicas daqueles que ajudaram os judeus durante o período sombrio da história.
Além de peças históricas, o museu promove conferências e encontros educacionais. “Nossa missão é o trabalho educativo contra discriminação, violência, antissemitismo e xenofobia”, explica Shalom. O museu serve como um lembrete poderoso do que significam as guerras e suas consequências, transmitindo a importância da tolerância e da paz para as futuras gerações.
Visitar o Museu de Anne Frank é mais do que uma aula de história; é uma experiência que toca a alma e resgata memórias indispensáveis.