O único artista que pode usar inteligência artificial na música, segundo Alice Cooper

Uso da tecnologia tem sido muito discutido no campo artístico, especialmente no que diz respeito a emular vozes

A IA tem gerado preocupações em todos os apaixonados por música, o que levou Alice Cooper a compartilhar uma opinião curiosa sobre o recurso.
(Créditos: Getty Images)

É impossível negar que as tecnologias de inteligência artificial chegaram à música em definitivo. Há várias formas de uso: emular com perfeição vozes de grandes artistas em canções que eles nunca gravaram, compor discos inteiros a partir de uma simples execução de algoritmo ou outras formas mais técnicas de exploração, como “limpar” registros com ruídos ou algo do tipo. Isso, claro, tem gerado preocupações em todos os apaixonados por essa arte. O que levou Alice Cooper a compartilhar uma opinião curiosa sobre o recurso.

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Em entrevista ao Studio 10 da Austrália (via Blabbermouth), o decano do shock rock brincou que Paul McCartney é a única pessoa que deveria ser autorizada no mundo a usar IA na música.

Paul McCartney (Getty Images)
Paul McCartney (Getty Images)

“Eu criaria uma lei dizendo que a única pessoa autorizada a usar IA seria Paul McCartney. É contra a lei para qualquer outra pessoa, mas Paul McCartney, sim, você pode usar IA.”

A motivação é simples, na visão de Cooper: permitir que uma canção inédita dos Beatles chegue a público.

“Quem não quer ouvir uma nova música dos Beatles?”

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O mesmo argumento foi compartilhado em outra entrevista, ao Stereogum. Na ocasião, o artista comentou:

“As pessoas ficam perguntando: ‘bem, e quanto à IA?’. E eu falo: ‘a única pessoa que não deveria ter inteligência artificial é Paul McCartney’. É perigoso.”

A motivação para a fala de Alice Cooper

Não é por acaso que Alice Cooper faz tal associação. Recentemente, Paul McCartney anunciou que havia trabalhado em uma música inédita dos Beatles com o uso de inteligência artificial.

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A notícia levou a muita desinformação. Vários fãs acharam que ele havia criado uma canção do zero, colocando a tecnologia para fingir ser John Lennon e George Harrison, ambos já falecidos. Nada disso: a tecnologia foi empregada apenas para fazer uma espécie de “limpeza” em antigas gravações repletas de ruídos. A IA teve um papel apenas técnico, ao melhorar algo que já existia.

Apesar de não ter confirmado qual é a composição, acredita-se que seja “Now and Then”. Composta por Lennon em 1978, a faixa foi entregue posteriormente a McCartney através de Yoko Ono, viúva do saudoso artista, junto de “Free as a Bird” e “Real Love”.

Em 1995, rumores apontavam que “Now and Then” seria disponibilizada como um single do projeto The Beatles Anthology (1995) – que lançou ao público as já mencionadas “Free as a Bird” e “Real Love”. Ela foi retomada outras vezes, mas acabou não sendo concluída.

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Pelo Twitter (via site Igor Miranda), Paul comentou:

“Foi ótimo ver uma reação tão empolgante ao nosso próximo projeto dos Beatles. Ninguém está mais animado do que nós para compartilhar algo com você no final do ano. Vimos alguma confusão e especulação sobre isso. Parece haver muito trabalho de adivinhação por aí. Não posso dizer muito nesta fase, mas para ser claro, nada foi criado artificialmente ou sinteticamente. É tudo real e todos nós tocamos nisso. Limpamos algumas gravações existentes – um processo que durou anos. Esperamos que você ame tanto quanto nós. Mais notícias em breve.”

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