Pianista, compositor, arranjador e produtor musical, Sergio Mendes, que faleceu nesta sexta-feira (6), aos 83 anos, mudou-se para os Estados Unidos em 1964. No país, Mendes se tornou um dos músicos brasileiros mais influentes no exterior, com parcerias com artistas de renome internacional.
Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Mendes iniciou sua carreira ainda jovem, participando de shows no Beco das Garrafas. Isso aconteceu no início da bossa nova, gênero que o projetou para o mundo. Em 1961, aos 20 anos, participou do III Festival Sul-Americano de Jazz, no Uruguai, com seu “Brazilian Jazz Sextet“. Esse também foi o ano em que lançou seu primeiro disco, “Dance Moderno“.
Sergio Mendes e sua jornada no exterior
Após o golpe militar de 1964, Sergio Mendes mudou-se para a Califórnia. Foi lá que ele formou o seminal conjunto Brasil ’66. A formação original do grupo incluía João Palma (na bateria), John Pisano (na guitarra), José Soares, Dom Um Romão e Rubens Bassini (na percussão), Bob Mathews (no baixo e vocal) e Janis Hansen e Lani Hall (nos vocais).
Em 1966, o Brasil ’66 gravou o disco “Herb Alpert Presents Sergio Mendes“, que vendeu mais de um milhão de cópias graças à versão de “Mas que Nada“, de Jorge Benjor.
Histórias de parcerias e amizades do artista
Justamente a música “Mas que Nada” foi um divisor de águas na carreira de Sergio Mendes. Quarenta anos após seu lançamento original, a canção foi regravada pelo grupo americano Black Eyed Peas em 2006, voltando ao topo das paradas de sucesso.
Além disso, Mendes também fez duas turnês ao lado de Frank Sinatra, de quem se tornou amigo até sua morte, em 1998. Entre outros nomes importantes com quem trabalhou, destaca-se o cantor John Legend.
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O beatle Paul McCartney era um admirador do trabalho de Sergio Mendes. Ele chegou a enviar uma carta elogiando a versão de “Fool on the Hill“, que deu o título ao álbum lançado por Mendes e o Brasil ’66 em 1968. Esse álbum vendeu mais de quatro milhões de cópias globalmente, e o single alcançou a terceira posição da parada da Billboard.
Algumas dessas e outras histórias foram contadas no documentário “Sérgio Mendes no Tom da Alegria” (HBO), dirigido por John Scheinfeld. O documentário incluí entrevistas com Herb Alpert, o produtor Quincy Jones, o trompetista Jerry Moss e até mesmo o ator Harrison Ford. Curiosamente, Ford trabalhou como marceneiro na construção do estúdio de Mendes em Los Angeles, antes de seu estrelato em “American Graffiti” e nas sagas “Star Wars” e “Indiana Jones“.