Preso há pouco mais de um ano, Daniel Alves irá passar pelo menos mais um dia atrás das grades. O jogador ainda não pagou a fiança de 1 milhão de euros (equivalente a R$5,45 milhões, na cotação atual), imposta pela justiça da Espanha, após o atleta ser condenado por estupro. Visitando seu cliente, a advogada Inés Guardiola se esquivou das perguntas de como o brasileiro iria reunir os recursos necessários para o depósito.
Na Brians 2, prisão onde está o lateral, Inés esteve junto da advogada Miraida Puentes Wilson e de um amigo de Alves, Bruno. Perguntada pelos jornalistas presentes no local sobre a situação do brasileiro, Guardiola se limitou somente a dizer que não iria ser libertado nesta quarta-feira, 20. Questionada sobre a origem do dinheiro para o pagamento da fiança e uma possível ajuda do pai de Neymar, a defensora afirmou:
“Eu não sei”, disparou Inés Guardiola, advogada de Daniel Alves.
Ver essa foto no Instagram
Daniel Alves teve suas contas bloqueadas no Brasil por conta de uma disputa judicial com a ex-esposa, Dinorah Santana. Na Espanha, um bloqueio de valores foi realizado desde a acusação de agressão sexual. Durante o julgamento, a advogada do jogador afirmou que o brasileiro tinha uma dívida 500 mil euros (R$2,7 milhões) com o Ministério da Fazenda espanhol e duas contas no país, sendo uma com 50 mil euros (R$272 mil) e outra com saldo negativo de 20 mil euros (R$109 mil).
Segundo os jornais locais, Daniel Alves vai novamente recorrer a Neymar da Silva Santos, pai do jogador do Al Hilal. Foi dele a transferência de 150 mil euros (R$817 mil), encaminhados para a Justiça espanhola como indenização antecipada à denunciante. A informação foi publicada na época pelo “UOL” e depois confirmada pelo empresário, em entrevista à “CNN”, como “ajuda a um amigo”. De acordo com o “La Vanguardi”, o pai de Neymar Jr. se colocou à disposição do lateral para ajudá-lo financeiramente no processo.
O dinheiro também poderia ter vindo de uma indenização do Ministério da Fazenda espanhol. No final de fevereiro, o jornal espanhol informou que Daniel receberia cerca de 1,2 milhão de euros (R$6,5 milhões) da entidade, em ganho de causa contra o Fisco do país. O jogador discordava da tributação de valores cobrados por serviços de intermediação do agente Joaquín Macanás, quando estava renovando seu vínculo com o Barcelona entre os anos de 2013 e 2014.
Condenado a quatro anos e meio de prisão por estupro, Daniel Alves foi concedido liberdade provisória pela 21ª Seção do Tribunal de Justiça de Barcelona. Ester García, advogada no caso, promete recorrer da decisão e impedir que o atleta seja liberado. “Para ela (vítima), foi um balde de água fria, sobretudo porque não posso lhe dar uma explicação em termos legais (sobre a decisão), porque não consigo encontrar uma explicação legal”, disse a defensora da vítima.
“O risco de fuga é evidente”, afirmou García.
Ester García, abogada de la víctima de Alves: “Para ella ha sido un jarro de agua fría, sobre todo el no poderle dar una explicación en términos legales. (…) El riesgo de fuga es evidente”
▶https://t.co/0Ix6dDs3KF pic.twitter.com/3yiQDvfo6s
— RTVE Noticias (@rtvenoticias) March 20, 2024
A decisão tomada nesta quarta-feira, 20, determina que o jogador tenha liberdade vigiada mediante o pagamento de fiança de 1 milhão de euros. Assim que o depósito cair, Daniel Alves pode ser solto para aguardar o julgamento dos recursos do caso, que pode ir a mais duas instâncias na Espanha. Tanto o Ministério Público, quanto a advogada da vítima, recorreram da decisão de quatro anos e meio de prisão. O MP espanhol pede nove anos, enquanto a acusação quer 12. A defesa do lateral recorreu e pediu a absolvição completa.
*Matéria publicada originalmente em SportBuzz