SOB PRESSÃO

Após abrir inscrições para novas equipes, presidente da FIA expõe ter recebido ataques

Sulayem assegurou que sua prioridade é representar os interesses do esporte, o que o distingue das equipes, enfatizando que o foco das escuderias está predominantemente no aspecto financeiro

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(Crédito: Getty Images)

Mohammed Ben Sulayem, o presidente da FIA, trouxe à tona um relato forte acerca dos inúmeros ataques que enfrentou desde o momento em que anunciou a abertura das inscrições para novas equipes na Fórmula 1. Durante uma entrevista concedida durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos, em Austin, o emiratense revelou que os ataques pessoais continuaram a assolá-lo, persistindo até mesmo no dia em que enfrentou a tragédia da perda de seu filho, Saif, em um acidente de carro.

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“Eu vivi um inferno. Me pergunto: ‘o que fiz para merecer todos aqueles ataques em fevereiro e março?’”, questionou Ben Sulayem ao portal australiano “Speedcafe”. “Eles me atacaram a partir do dia em que abri a expressão de interesse [inscrição de novas equipes na F1]”, declarou. “Até no dia em que meu filho morreu, eles me atacaram. Queriam me quebrar, apenas porque abri a entrada ao mundo. Foi desnecessário, contraprodutivo e ruim para os negócios”.

Sulayem assegurou que sua prioridade máxima é representar os interesses do esporte, o que o distingue das equipes. Em suas palavras, ele enfatizou que o foco das escuderias está predominantemente no aspecto financeiro, e essa ênfase nem sempre resulta em melhorias para o esporte como um todo.

“Podem dizer o que quiserem. No fim do dia, fui eleito para tomar conta do esporte. Nada vai para o meu bolso. Não temos investidores, não temos um conselho de diretores para dividir o dinheiro. Então, minha missão é diferente da deles. Isso está muito claro”, explicou.

“Não sei [os motivos]. Só porque abri a expressão de interesse. Temos um contrato [o Pacto da Concórdia] para 12 equipes. Termos 12 e ouvir: ‘não, você não está preparada’… Estou aqui pelo esporte a motor, pelo espírito esportivo. Eles olham para o dinheiro como um pedaço de um bolo que irão dividir”, completou Sulayem.

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Indo além do financeiro, o profissional revela estar focando na sustentabilidade do esporte: “Eles precisam entender que estou mais do que feliz [com as equipes atuais]. Sempre estive com as equipes. No ano passado, sentei com elas e passei um ano tentando conhecê-las. Estou sempre acessível. Os times são muito importantes, os pilotos também. Mas é sobre nós todos, juntos. Nós que fazemos o show”.

Para concluir, o líder assegurou que o respaldo da FIA à entrada da equipe Andretti na Fórmula 1 é fundamentado em argumentos sólidos. Sulayem reforçou que a entidade está comprometida com sua decisão e sublinhou que a incorporação da equipe norte-americana seria uma adição benéfica para a categoria.

“Temos um papel a cumprir. A FOM tem, as equipes têm, os pilotos têm. E aí está o lucro, com certeza. Mas estou aprendendo mais, fazendo meu trabalho. Essas são as regras, e precisamos ser transparentes e justos. Fizemos nosso trabalho. Não só o presidente, mas toda a equipe da FIA”, disse. “A FIA fez todas as diligências devidas, um processo rigoroso. Fizemos tudo. Esperamos, fomos pacientes e fizemos as perguntas certas. Agora, não voltaremos em nossa palavra. Apoiamos a Andretti porque era a coisa a certa a se fazer. Isso está muito claro, e parabenizo minha equipe por ter feito isso”.

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*com a colaboração de Savanna Machado

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