denúncia de assédio

“Duvidaram de mim”, diz repórter sobre indiciamento de mascote do Inter

Kümpel revelou ter enfrentado uma enxurrada de ataques nas redes sociais após ter feito o boletim de ocorrência

Expressando um misto de alívio e desafio emocional, Kümpel revelou ter enfrentado uma enxurrada de ataques após ter denunciado o mascote
Crime ocorreu no último Gre-Nal – Crédito: Redes Sociais/Divulgação

Gisele Kümpel, repórter da Rádio Canal Monumental, concedeu uma entrevista esclarecedora ao programa “Fim de Papo”, do UOL Esporte, abordando o recente indiciamento de Gustavo Acioli Astarita, o intérprete do mascote do Internacional, por suposta importunação sexual durante o mais recente clássico Gre-Nal.

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Expressando um misto de alívio e desafio emocional, Kümpel revelou ter enfrentado uma enxurrada de ataques nas redes sociais após ter feito a denúncia do mascote, sendo injustamente chamada de mentirosa. Em meio a esse cenário hostil, a jornalista ressaltou a seriedade do tema e a necessidade premente de um debate construtivo sobre questões relacionadas ao assédio sexual.

Ao compartilhar sua experiência pessoal, Kümpel destacou que a conclusão do inquérito policial representou um ponto de virada, trazendo alguma validação para sua denúncia. No entanto, ela lamentou a falta de apoio inicial, observando que enquanto o acusado tinha o benefício da dúvida, ela era prontamente julgada e condenada nas redes sociais.

Essa situação, segundo Kümpel, reflete uma preocupante tendência de deslegitimar e descreditar as vítimas de assédio, em vez de apoiá-las e oferecer-lhes o suporte necessário. Ela afirma que, por conta dos julgamentos, chegou a duvidar do que havia acontecido: “Quando eu relatei o fato no dia do Gre-Nal, olha como isso é muito sério, eu coloquei no B.O. que ele tinha me beijado, que eu tinha ouvido o estalo do beijo e que eu tinha sentido no meu pescoço inclusive o suor dele. Eu senti aquilo ali, foi o que me impactou. E aí eu comecei a receber muitas mensagens, com muitos questionamentos, que era impossível ele levantar a máscara, que era impossível eu ter sentido o beijo dele, que eu estava mentindo. E ali comecei a duvidar do que eu tinha sentido”.

A jornalista enfatizou ainda a importância de normalizar o processo de denúncia de assédio, tornando-o parte integrante do discurso público e da conscientização social. Segundo Kümpel, é crucial que as pessoas compreendam a gravidade dessas situações e reconheçam o impacto profundo que têm sobre as vítimas, tanto emocional quanto psicologicamente.

Um momento crucial na entrevista foi a revelação de que o próprio acusado admitiu ter beijado Kümpel, mesmo com a máscara do mascote do Internacional, confirmando assim a veracidade de seu relato inicial. Esse aspecto reforçou a credibilidade da denúncia e destacou a importância de acreditar nas vítimas e investigar seriamente as alegações de assédio sexual.

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No geral, a entrevista de Gisele Kümpel foi não apenas esclarecedora, mas também provocou uma reflexão profunda sobre a cultura do assédio e a necessidade de solidariedade e apoio às vítimas. Suas palavras ressoaram como um apelo urgente por uma mudança cultural e social que coloque um fim à impunidade e ao silenciamento das vítimas de assédio sexual.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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