
No decorrer das investigações sobre a “Abin Paralela”, a Polícia Federal encontrou uma mensagem do ex-diretor-chefe do órgão, Alexandre Ramagem com orientações para o então presidente Jair Bolsonaro realizar questionamentos sobre as urnas eletrônicas.
A Agência Brasileira de Inteligência foi criada durante o governo de Bolsonaro, e atualmente é alvo de investigação pelo monitoramento ilegal de autoridades públicas e jornalistas através do uso do software espião FirstMile.
Fontes ligadas à investigação afirmaram ao Globo e à CNN que a PF encontrou uma mensagem de orientação sobre como o governo Bolsonaro poderia atacar o sistema eleitoral. O rascunho estaria armazenado no e-mail de Ramagem, e ainda não se sabe se o conteúdo chegou a ser efetivamente repassado.
Os arquivos também contariam com uma crítica à postura de ministros do Suposto Tribunal Federal (STF) em defesa das urnas eletrônicas.
Além disso, agentes encontraram mais evidências nos aparelhos eletrônicos do atual deputado federal, contribuindo para a um eventual pedido de prisão preventiva.
ATENÇÃO: o Alexandre Ramagem esqueceu de deletar do e-mail documento comprometedor em que orientava o Bolsonaro a atacar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral. A Polícia Federal conseguiu acesso a tudo. Detalhe, o Ramagem posteriormente foi eleito deputado federal… pic.twitter.com/sv4tHKXRSQ
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) July 26, 2024
Repercussões
Agora, a força policial avalia se as informações justificam a inclusão de Ramagem nas investigações sobre ataques a urnas eletrônicas.
Nas próximas semanas, a PF planeja realizar novas operações no rastro de mais desdobramentos da “Abin Paralela”. A expectativa era que a apuração fosse concluída em agosto, mas foi adiada por conta de mandados de busca e mais informações.
O futuro de Ramagem
Os agente policiais consideraram o depoimento de Ramagem como não satisfatório.
Durante a fase mais recente da operação, quatro agentes foram presos: Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o empresário Richards Dyer Pozzer, o influenciador Rogério Beraldo de Almeida, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.
A Policia Federal pretende ouvir novamente os cinco presos, especialmente após Ramagem citar Bormevet e Giancarlo como culpados pelas atividades criminosas. A PF quer estabelecer um acordo de delação premiada com os dois detidos, mas, por enquanto, suas defesas negaram.
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