Único representante do país no Mundial de Motovelocidade, Eric Granado terá pela frente a terceira participação na MotoE, o campeonato das motos elétricas. A edição de 2021 começa em 2 de maio, com o Grande Prêmio da Espanha, no circuito de Jerez de la Frontera, o mesmo no qual o paulista se destacou na semana passada, nos primeiros testes da pré-temporada. Foram 17 sessões de treino entre as últimas terça-feira (2) e quinta-feira (4). O brasileiro, que estreia na equipe One Energy, após dois anos na Avintia, obteve a melhor marca em 11 delas.
“Este ano, terão pilotos novos [cinco, entre 18 do grid]. A gente nunca sabe como eles vão desempenhar, então será interessante. [A MotoE] está cada dia mais difícil. As motos são iguais para todos, então, a cada ano, o funil é menor, fica cada vez mais difícil ter um diferencial. As pessoas vão encontrando os detalhes, entendendo os pontos fortes e fracos da moto, então, com certeza, [a temporada 2021] será mais difícil que nos outros dois anos”, comentou Granado à Agência Brasil.
No ano passado, o brasileiro também se destacou na pré-temporada, sendo o mais veloz do primeiro treino em Jerez de la Frontera, antes da interrupção da preparação por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Embalado por duas vitórias seguidas no encerramento da temporada de 2019, que lhe garantiram o terceiro lugar na classificação final, Granado ganhou também a primeira prova de 2020, em julho, novamente em Jerez.
“Na segunda prova [Grande Prêmio da Andaluzia, também em Jerez], eu tinha tudo para vencer de novo, mas, infelizmente, fui derrubado [pelo italiano Matteo Ferrari, que perdeu o controle da moto] faltando duas voltas, quando estava em segundo. Depois, na Itália [Grande Prêmio de San Marino e Riviera e de Rimini], tive uma penalização. Perder duas provas seguidas foi difícil em um campeonato curto. Foi um ano que se complicou durante a temporada”, explicou o paulista, que encerrou a edição passada da MotoE em sétimo.
Os últimos testes antes da temporada começar ocorrem entre os dias 12 e 14 de abril, também em Jerez. Após a etapa espanhola, que abre o Mundial, a competição segue em 16 de maio com o Grande Prêmio da França, em Le Mans. Em 6 de junho, será o Grande Prêmio da Catalunha, no circuito de Barcelona (Espanha). Três semanas depois, acontece o Grande Prêmio dos Países Baixos, em Assen. Para 15 de agosto, está marcado o Grande Prêmio da Áustria, em Spielberg. A edição 2021 chega ao fim nos dias 18 e 19 de setembro, com duas provas válidas pelo Grande Prêmio de San Marino e Riviera e de Rimini.
Entre a nata
Ao contrário das duas últimas temporadas, quando se dividiu entre a MotoE e o Superbike Brasil, Granado desta vez conciliará o Mundial das motos elétricas com o Campeonato Espanhol de Superbike, onde correrá pela equipe Honda Laglisse. O país ibérico é um dos mais tradicionais na modalidade, com 11 títulos na MotoGP, a maior categoria do Mundial de Motovelocidade, sendo nove conquistados nos últimos dez anos, seis deles por Marc Márquez, piloto que o brasileiro tem como referência.
“Fui para a Espanha com nove anos para começar a carreira. Corri dos nove aos 18 anos somente na Europa. Só voltei a correr no Brasil aos 19 anos, em 2015. Vinha querendo fazer isso faz tempo, competir novamente na Europa, mas não encaixava nos projetos. Agora, encaixou. O Espanhol é um dos campeonatos nacionais mais fortes. A nata da motovelocidade sai da Espanha e da Itália. Será um grande aprendizado e um ótimo projeto, pensando no futuro”, analisou Granado, de 24 anos e que tem como base a cidade de Barcelona (Espanha).
O futuro desejado, ele não esconde, é chegar à MotoGP, campeonato onde as motos são construídas fundamentalmente para competição (o equivalente à Fórmula 1). Mas Granado não tem pressa e mira, no momento, o Mundial de Superbike, categoria em que os veículos são adaptações aperfeiçoadas de modelos disponíveis no mercado.
“Acho que o salto para a MotoGP é algo que não posso nem pensar agora. É um passo de cada vez. Estar na Espanha, competir na Europa, de Superbike, dará muita experiência e bagagem e me aproxima do Mundial de Superbike, que acredito ser um projeto que a Honda tem muito interesse e que é plausível para mim, que posso pensar em alcançar neste momento. A MotoGP, claro, é meu sonho e não vou desistir. Mas a gente precisa, às vezes, fazer um certo caminho para chegar aonde se quer. A MotoE é também uma grande vitrine para conseguir espaço lá. A gente tem que ir sempre em busca de um projeto sólido, que dê condição de ser competitivo”, descreve.
O Campeonato Espanhol de Superbike tem início nos dias 10 e 11 de abril, e vai até outubro. A temporada começa e termina em Jerez de la Frontera, e também terá provas nos circuitos de Navarra (duas vezes), Aragón, Barcelona e Valência. Os testes oficiais estão marcados para os próximos dias 27 e 28, em Jerez.
(Agência Brasil)