Em uma iniciativa pioneira no futebol brasileiro, o Galo, o Instituto Galo e o Esporte Clube Bahia SAF, em parceria com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público da Bahia (MPBA) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG), uniram-se para alertar sobre o aquecimento global.
Na partida deste domingo (2), em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, um atleta do Galo e um do Bahia entrarão em campo carregando uma bola de gelo feita com água de reuso, simbolizando o globo terrestre, como parte da campanha “Juntos pelo Planeta”. Essa bola será deixada em um totem no entorno do gramado e seu derretimento durante a partida representará o aquecimento global.
O Promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional do MPMG, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, afirma que “esses eventos extremos estão cada vez mais recorrentes“:
“Os indicadores de mudanças climáticas, como aumento da temperatura do planeta, emissão de gases de efeito estufa, elevação do nível do mar, estão batendo recorde. Por isso, o meio ambiente e o futebol se unem em defesa da vida, do nosso planeta e das futuras gerações. Essa campanha reúne grandes instituições para alertar sobre o aquecimento global e o impacto na vida de cada um de nós. Juntos, podemos virar esse jogo“.
A campanha inclui um filme principal que será divulgado no domingo e exibido nos telões da Arena MRV, focando no derretimento da bola de gelo e as consequências se nenhuma ação for tomada contra as mudanças climáticas. O filme projeta um cenário até 2050, quando os danos podem ser irreversíveis, de acordo com um relatório da Chatham House.
A campanha, criada pela agência Giusti Creative PR e produzida pela Santeria, também conta com um site e conteúdos para redes sociais, publicados pelos clubes e entidades envolvidas até o dia 5 de junho. Galo e Bahia usarão um patch especial em suas camisas com o lema da campanha: Juntos pelo Planeta.
Recursos para o Rio Grande do Sul
A iniciativa também inclui o repasse de R$ 400 mil para as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) está direcionando recursos de medidas compensatórias ambientais de empresas privadas para o Instituto Galo, visando a aquisição de cobertores e casacos para doação.
Maria Alice Coelho, presidente do Instituto Galo, enfatiza a importância dessa ação, afirmando que “o meio ambiente é uma luta de todos nós. Precisamos despertar a consciência ambiental nas pessoas e instituições para minimizar a ocorrência de tragédias como a que atingiu o povo gaúcho“.
Já Vitor Ferraz, diretor de Operações e Relações Institucionais do Bahia, ressalta que tragédias como a do Rio Grande do Sul devem ser vistas como um alerta importante para a adoção de medidas mais severas e radicais de preservação ambiental, evitando a recorrência de eventos dessa gravidade.
Galo e Bahia pelo meio ambiente
No site da campanha, os participantes convidam os demais clubes brasileiros a se engajarem na causa. De acordo com dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), 93% dos municípios brasileiros foram afetados por algum tipo de desastre natural entre 2013 e 2022.
O compromisso do Galo e do Bahia com o meio ambiente é evidente. O clube mineiro recentemente aderiu ao Pacto Global da ONU, visando implementar princípios universais de sustentabilidade e apoiar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essa iniciativa, presente em 162 países, é a maior de sustentabilidade corporativa do mundo.
Além disso, o Galo é proprietário da Arena MRV, onde a sustentabilidade é uma prioridade desde o início do projeto. A Arena possui uma área verde preservada em seu terreno, sistema de reaproveitamento de água da chuva e iluminação inteligente. O clube também planta anualmente 4,6 mil mudas de árvores nos parques de Belo Horizonte, correspondendo ao número de assentos do estádio.
Por sua vez, o Bahia realiza mensalmente ações em conjunto com a Cooperativa de Materiais Recicláveis de Camaçari (Coopmar) e investe em arborização dentro e fora do CT Evaristo de Macedo. O clube construiu uma estação de tratamento de esgotos própria, instalou postes com iluminação LED e sensor automático, e plantou mais de 800 mudas de árvores nativas/frutíferas desde a inauguração do espaço.
Além disso, a Fonte Nova, palco dos jogos do Tricolor em Salvador, utiliza um painel solar e realiza o reaproveitamento de água da chuva através da estrutura da cobertura do estádio, captando anualmente 37 mil m³ de água.